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Ciclo menstrual provoca alterações cerebrais, segundo estudo

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Ciclo menstrual provoca alterações em mais áreas do cérebro do que o esperado, segundo estudo – Créditos: depositphotos.com / SergIllin

Um estudo conduzido por neurocientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara trouxe novos insights sobre como o ciclo menstrual afeta o cérebro. A pesquisa, publicada em julho deste ano, documentou mudanças estruturais que ocorrem em resposta à variação dos hormônios menstruais ao longo do ciclo. Disponibilizado no periódico “Human Brain Mapping”, o estudo revela que essas alterações não se limitam às áreas tradicionalmente associadas ao ciclo menstrual, mas se estendem por todo o cérebro.

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Os hormônios envolvidos no ciclo menstrual, como o estrogênio, a progesterona, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH), desempenham papéis importantes em várias funções cerebrais. O estudo identificou variações no volume da substância cinzenta e branca, além do líquido cefalorraquidiano, à medida que os níveis hormonais sofrem flutuações.

Como o ciclo menstrual impacta o funcionamento cerebral?

Pesquisas anteriores já indicaram que o ciclo menstrual pode influenciar funções cognitivas e emocionais, ativando ou desativando áreas específicas do cérebro. Além disso, alterações hormonais relacionadas à menstruação, gravidez e menopausa já são conhecidas por afetar condições psiquiátricas e neurológicas.

O ciclo menstrual tende a ativar ou suprimir determinadas áreas cerebrais responsáveis por linguagem, emoções e memória. O estudo mostra que tanto a substância cinzenta quanto a branca são suscetíveis a mudanças hormonais. Isso sugere que os hormônios impactam não apenas as funções cerebrais, mas também a estrutura neurológica em si.

O que revelou o estudo recente?

O estudo, liderado pelas pesquisadoras Elizabeth Rizor e Viktoriya Babenko acompanhou 30 mulheres durante seus ciclos menstruais. As participantes foram submetidas a exames de ressonância magnética em três fases do ciclo: menstruação, ovulação e fase lútea. As mudanças observadas nos exames refletem variações nos volumes de substância cinzenta e branca, alinhadas com os níveis hormonais medidos.

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Os resultados mostram que o aumento do hormônio folículo-estimulante está associado a uma maior espessura da massa cinzenta, enquanto a progesterona influencia o aumento do tecido cerebral e a redução do líquido cefalorraquidiano. Essas evidências fornecem novas perspectivas sobre como os hormônios podem moldar não apenas o funcionamento cerebral, mas também a própria estrutura.

“Esses resultados são os primeiros a relatar mudanças simultâneas em todo o cérebro na microestrutura da substância branca humana e na espessura cortical, coincidindo com os ritmos hormonais impulsionados pelo ciclo menstrual”, escreveram as autoras do artigo publicado.

Leia também: Ainda há muito o que debater sobre a pobreza menstrual

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