ÉTICA?

Cirurgia não consentida: médico opera coração de paciente sem autorização

O procedimento originalmente tinha como objetivo tratar a endometriose na região pélvica de Renata. No entanto, sem a anuência dela ou de qualquer familiar, Pereira realizou uma cirurgia torácica, operando seu diafragma e pericárdio

cirurgia-nao-consentida
Cirurgia – Créditos: depositphotos.com / royalty

Renata, nome fictício para preservar sua identidade, enfrenta uma situação delicada. Ela evita emocionais intensas e atividades físicas, já que qualquer aumento dos batimentos cardíacos pode ser perigoso. Tudo isso como consequência de uma cirurgia em seu coração, realizada sem seu consentimento pelo ginecologista Ricardo Mendes Alves Pereira.

Publicidade

A cirurgia originalmente tinha como objetivo tratar a endometriose na região pélvica de Renata. No entanto, sem a anuência dela ou de qualquer familiar, Pereira realizou uma cirurgia torácica, operando seu diafragma e pericárdio. Este ato resultou em sérias consequências para Renata.

Em abril, a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. Segundo a delegada Ana Lúcia de Souza, do 78º Distrito Policial (Jardins), Renata, aos 34 anos, desenvolveu uma “enfermidade incurável”, que a obriga a tomar medicamentos contínuos e a viver com severas restrições.

A investigação está sendo conduzida pela Polícia Civil, a Comissão de Ética do Hospital Israelita Albert Einstein, onde a cirurgia foi realizada, e o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Renata tentava engravidar desde o meio de 2022, ao lado do marido, quando descobriu a endometriose. Procurou ajuda médica e acabou nas mãos de Pereira.

De uma identidade saudável a restrições diárias pela cirurgia

Antes esportista e saudável, Renata agora vive com limitações. O desejo de ser mãe a levou ao consultório de Pereira, e a cirurgia realizada sem consentimento mudou completamente sua vida. Ela não pode mais engravidar e depende de corticoides e outros medicamentos, que trazem efeitos colaterais como insônia, queda de cabelo e inchaço.

Publicidade

Atualmente, Renata é acompanhada por outros médicos e busca alternativas de tratamento em outros países. Infelizmente, não há garantia de cura para sua condição. O caso está sujeito a sigilo, o que limita as informações disponíveis. A tragédia é um lembrete da importância do consentimento informado em procedimentos médicos.

Renata continua sua luta contra a pericardite e os desafios diários impostos pela condição. Ela e o marido observam amigos construindo famílias enquanto enfrentam a incerteza sobre seu próprio futuro. A história de Renata ressalta a necessidade de responsabilidade e transparência no campo médico.

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.