A amamentação é, sim, um ato de amor, mas também pode exigir certa resistência. Parece que é só colocar o bebê no peito e acabou – mas a realidade nem sempre é tão simples assim. Pensando nisso, as ginecologistas e obstetras Juliana Ottolia e Carolina Curci trouxeram algumas dicas para mamães de primeira, segunda ou vigésima viagem.
A tal da pega certa
Sabe aquela história de “tá no peito, tá mamando”? Nem sempre! A pega correta é a chave do sucesso na amamentação e evita dores, rachaduras e estresse para você e o bebê.
Como saber se está certo?
- O bebê precisa abocanhar a aréola, não só o bico (bico sozinho = dor na certa!).
- Os lábios devem estar virados para fora, no famoso estilo “peixinho”.
- Queixinho encostado no peito e nada de barulho de estalo! Se ouvir, ajuste a pega.
Dica extra: Se precisar de ajuda, peça apoio de uma consultora de amamentação. Você não está sozinha!
Na amamentação, posição é tudo
A posição ideal é aquela que funciona para você e seu bebê, mas algumas instruções ajudam:
- Sente-se confortável, com as costas apoiadas e os pés em um banquinho ou almofada.
- Alinhe o bebê: barriga com barriga, corpo e pescoço na mesma linha.
- Segure a mama em formato de “C” e ofereça ao bebê sem se curvar.
- Existem travesseiros para amamentação que auxiliam e muito!
Se mesmo assim não der certo, é hora de testar outras posições ou buscar orientação de um especialista.
Hidratação
Nada de receitas caseiras do tipo “passa casca de mamão que resolve!”. Isso pode piorar a situação com infecções ou queimaduras. Esqueça limão, óleo de amêndoa ou abacate.
O que funciona de verdade?
- O próprio leite materno pode ser aplicado.
- Pomadas de lanolina 100% pura são suas melhores amigas (e não precisam ser removidas antes de amamentar).
Álcool e nicotina? Nem pensar!
Não tem jeito: álcool e cigarro não combinam com a amamentação.
- Álcool: pode alterar o leite por até 12 horas e trazer impactos cognitivos para o bebê a longo prazo.
- Nicotina: reduz a produção de leite e pode mudar o sabor, afastando o bebê do peito.
Nada de roupas apertadas
A tentação de usar aquele sutiã mega power pela sustentação é real, mas evite! Roupas apertadas podem dificultar o fluxo do leite e causar incômodos.
Alternativa inteligente:
- Utilize absorventes descartáveis para lidar com o vazamento de leite sem apertar o peito.
Bicos artificiais: um último recurso
Tá difícil amamentar por causa de mamilos planos ou invertidos? Antes de recorrer aos bicos de silicone, tente estímulos manuais ou outros métodos.
Por que evitar?
- O uso prolongado pode afetar a respiração, dentição e até a fala do bebê.
- Se for realmente necessário, use com a orientação de um especialista.
Saúde mental
Ainda que a amamentação seja um momento para nutrir o bebê, a mãe não deve esquecer de si mesma. “É extremamente cansativo viver em função da amamentação. Os descansos são curtos, o trabalho é repetitivo e muitas vezes exige uma força interior para manter a constância”, alerta a Dra. Juliana Ottolia.
Por isso, a especialista recomenda o estabelecimento de uma rede de apoio com amigos e profissionais qualificados. “Além do obstetra, ter pediatra e consultora de amamentação alinhados ajudam muito nessa caminhada. É importante compartilhar com as pessoas ao seu redor qual a melhor forma de ser ajudada para manter-se empenhada nessa função. Nem sempre o cuidado tem que ser com o bebê; o entorno muitas vezes, quando aliviado, proporciona mais serenidade para que a mãe consiga amamentar tranquila”, finaliza a Dra. Juliana Ottolia
Não há dúvidas dos benefícios do aleitamento materno para o bebê, e reiterar a importância da amamentação é essencial no nosso país. Mas gostaria de compartilhar as dificuldades que enfrentei para que outras mães não se sintam sozinhas ao não conseguirem, por razões anatômicas,… pic.twitter.com/So6uxa9NEI
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) November 10, 2024
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