VÍCIO

Pacientes reclamam da falta de adesivos de nicotina nas farmácias

A ausência desse recurso é vista como um passo atrás na batalha contra o tabagismo

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Cigarro – Créditos: depositphotos.com / duskbabe

Os fumantes que buscam largar o cigarro enfrentam uma nova dificuldade no Brasil: a falta de adesivos de nicotina NiQuitin, vendidos pela farmacêutica Quifa. Desde março de 2024, o produto sumiu das prateleiras, tanto em farmácias físicas quanto online, deixando muitos pacientes sem alternativas.

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A escassez do NiQuitin, amplamente usado na terapia de reposição de nicotina, tem gerado desespero em quem luta contra o vício. A ausência desse recurso é vista como um passo atrás na batalha contra o tabagismo. Outros medicamentos que poderiam substituir o NiQuitin também estão em falta, complicando ainda mais a situação.

Segundo a Quifa, a ausência do NiQuitin nas farmácias ocorreu devido à demora na atualização do registro sanitário pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A empresa informou que o retorno ao mercado está previsto para entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025.

Já a Anvisa declarou que a Quifa apresentou propostas de mudanças no medicamento, inicialmente reprovadas por falta de comprovação de eficácia e segurança. No entanto, desde agosto de 2024, a Quifa foi autorizada a implementar as mudanças solicitadas. A agência também clarificou que não houve qualquer impedimento à comercialização do produto.

Reação dos pacientes em relação a falta dos adesivos de nicotina

A falta de NiQuitin nas farmácias causou indignação entre os pacientes. Reivindicações como “NiQuitin em falta” e “sem contato com a empresa” são frequentes na internet. A incerteza sobre o retorno do produto ao mercado é motivo de grande preocupação.

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O site oficial do NiQuitin recomenda programas de tratamento de 8 a 10 semanas, mas desde que o produto deixou de ser encontrado, muitos voltaram a fumar. O tratamento inclui uma diminuição gradual na quantidade de nicotina administrada.

Segundo a cardiologista Jaqueline Scholz, do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), à Folha de São Paulo, a insuficiência de adesivos de nicotina torna o combate ao vício ainda mais desafiador. A ausência do produto resulta em ansiedade, irritabilidade e mais recaídas.

Os jovens que procuram parar de fumar cigarros eletrônicos também sofrem pela falta do NiQuitin. Campanhas de conscientização destacaram os malefícios dos vapes, levando a uma maior demanda pelos adesivos de nicotina, que acabou não podendo ser atendida.

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Diante dessa crise, pacientes recorrem a soluções alternativas para conseguir adesivos de nicotina. À Folha de São Paulo, a psicanalista Raquel Eugênio, de 42 anos, contou que pediu ajuda a uma amiga que viajava aos Estados Unidos para repor seu estoque. Apesar de ter obtido sucesso, ela ressalta que a presença dos adesivos em casa pode ser um lembrete constante da tentativa de parar de fumar.

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