MUDANÇA NO COMBATE

Poliomielite: saem as gotinhas, entram as doses injetáveis

Poliomielite: saem as gotinhas, entram as doses injetáveis
Ministério da Saúde vai substituir as duas doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente pela injetável – Crédito: Prefeitura de Cascavel/Reprodução

A partir desta segunda-feira (4), o esquema vacinal contra a poliomielite vai substituir as doses de reforço da vacina oral, bivalente (VOP) por doses injetáveis da vacina inativada poliomielite (VIP), de acordo com iniciativa do Ministério da Saúde.

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Essa substituição representa uma mudança significativa na forma como o país combate a doença, alinhando-se a uma tendência observada internacionalmente.

Anteriormente, o esquema de vacinação contra a poliomielite no país incluía três doses injetáveis da VIP administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguidas por reforços com a VOP em forma de gotas aos 15 meses e aos 4 anos.

Poliomielite: por que optar pela vacina injetável?

A decisão de substituir a vacina oral pela injetável foi fundamentada em discussões durante a Reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), contando com a participação de diversas entidades de saúde, como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa escolha baseia-se no risco que a versão oral poderia apresentar, apesar de seu papel histórico na erradicação da poliomielite no Brasil.

A substituição segue uma tendência mundial e foi amplamente discutida na Reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), com a participação dos representantes da Sociedade Científica, com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Como fica o novo esquema vacinal?

O esquema de vacinação foi simplificado para melhorar a cobertura e a segurança. Agora, contempla:

  • Primeira dose aos 2 meses;
  • Segunda dose aos 4 meses;
  • Terceira dose aos 6 meses;
  • Reforço aos 15 meses.

Esse novo cronograma elimina a necessidade de imunização com a VOP, focando-se exclusivamente em doses injetáveis, que são consideradas mais seguras no combate ao vírus da poliomielite.

Zé Gotinha ainda estará presente nas campanhas?

Por muitos anos, a vacina oral desempenhou um papel fundamental na proteção contra a poliomielite. O Brasil está livre da doença há 34 anos, um feito notável que se deve, em grande parte, ao emprego eficaz dessa vacina.

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Embora a estratégia de vacinação tenha mudado, a figura do Zé Gotinha continuará a ser parte essencial das campanhas de vacinação. O Ministério da Saúde reafirma seu compromisso em garantir que toda criança tenha acesso à vacinação, promovendo a conscientização sobre a importância da imunização contínua contra a poliomielite.

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que a vacina em gotinhas foi muito importante para a imunização no país — o Brasil está há 34 anos sem a doença.

“A vacina oral era excretada nas fezes de quem recebia o imunizante. E quando a gente vacinava milhares de crianças, esse vírus era eliminado na comunidade e acabavam imunizando indiretamente mesmo aqueles que não apareciam nas campanhas. A vacina oral atingia vacinados e não vacinados, levando a uma ampla vacinação”, explica o infectologista e pediatra, em entrevista ao g1.

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