OceanGate

Audiência sobre implosão do submarino Titan revela fragilidades e negligências

O incidente resultou na morte de cinco passageiros, incluindo o diretor-executivo da empresa

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Submarino Titan – Créditos: Divulgação/OceanGate

O submarino Titan, pertencente à OceanGate, desapareceu em 18 de junho de 2023, durante uma expedição aos destroços do Titanic. O incidente resultou na morte de cinco passageiros, incluindo o diretor-executivo da empresa. A investigação revelou diversas fragilidades e possíveis negligências por parte da OceanGate. As audiências feitas pela Guarda Costeira americana expuseram detalhes chocantes sobre os motivos que levaram à implosão do Titan. Especialistas indicaram problemas estruturais no submarino, enquanto ex-funcionários destacaram uma conduta questionável dos donos da empresa.

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Quais foram os problemas identificados no submarino Titan?

O casco de pressão de fibra de carbono do Titan foi um dos principais pontos de discussão. Embora sendo um material forte e leve, a fibra de carbono é suscetível a falhas por fadiga sob pressurização repetida. Este material também pode ser enfraquecido pela água salgada, conforme explicou Roy Thomas, engenheiro principal da American Bureau of Shipping.

Autoridades da Guarda Costeira notaram que o submarino não havia sido revisado de forma independente, como é prática comum. Apesar de certificações alegadas, a Oceangate aparentemente evitou recomendações de segurança de institutos renomados como a NASA e a Boeing.

Matthew McCoy, um ex-funcionário da OceanGate, relatou que Stockton Rush, cofundador da empresa, buscou evitar a fiscalização dos EUA registrando o submarino nas Bahamas e lançando-o do Canadá. McCoy também revelou um comentário alarmante de Rush: “Se a Guarda Costeira se tornasse um problema, então ele compraria um congressista para resolver a questão.”

O que foi revelado durante a última audiência?

No último dia de audiências, foi revelado que o capitão do navio de apoio ao Titan sentiu uma leve trepidação no momento da implosão, mas não compartilhou essa informação durante as buscas. Esse atraso na comunicação certamente teria influenciado os esforços de resgate da Guarda Costeira, conforme observou o capitão Jamie Frederick, da unidade de Boston.

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Outra revelação veio de Tony Nissen, ex-diretor de engenharia da OceanGate, que recusou a pilotar o submarino devido à falta de confiança na equipe de operações e criticou a pressão para iniciar as operações rapidamente. David Lochridge, ex-diretor de operações, afirmou que a OceanGate o utilizou para dar um lastro científico às atividades da empresa.

Guillermo Sohnlein, cofundador da OceanGate, teve uma visão diferente sobre o incidente. Ele espera que a tragédia renove o interesse pela exploração marítima em águas profundas e reafirmou que a empresa foi criada com o objetivo de dar à humanidade um maior acesso ao oceano profundo.

Renata Rojas, membra do Explorers Club e voluntária na equipe de superfície do Titan no dia da implosão, também teve uma perspectiva diferente. Ela afirmou que a OceanGate foi transparente sobre os riscos e que nunca achou a operação insegura. Segundo ela, a equipe era composta por indivíduos dedicados que buscavam realizar sonhos.

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Quais são as próximas etapas da investigação?

Jason Neubauer, presidente do Conselho de Investigação Marítima, afirmou que o painel completará seu relatório e apresentará recomendações de segurança à liderança da Guarda Costeira. Neubauer enfatizou que suas recomendações incluirão propostas de segurança e, se houver indícios de conduta criminosa, isso será tratado em um processo separado.

O caso do submarino Titan continua a ser um ponto de reflexão sobre a segurança e a ética na exploração marítima. Enquanto algumas vozes defendem a necessidade de inovação e exploração, outras alertam para os riscos e responsabilidades envolvidos. No fim, o incidente serve como um alerta para a importância da segurança e da transparência em expedições de alto risco.

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