
Teve início nesta segunda-feira (21), em Washington, um julgamento que pode redefinir os limites de atuação das gigantes da tecnologia. A ação envolve o Google, acusado pelo governo dos Estados Unidos de manter práticas anticompetitivas no setor de buscas digitais.
A iniciativa partiu do Departamento de Justiça norte-americano (DOJ), que defende a quebra do monopólio da empresa. Entre as medidas sugeridas, está a venda do navegador Chrome. O objetivo é abrir espaço para rivais no mercado digital, especialmente nas buscas online.
Na sexta-feira anterior (18), a Justiça já havia reconhecido a dominância do Google na publicidade digital. A decisão foi tomada em um processo distinto, mas movido pelo mesmo departamento. Ainda não há definição sobre punições, mas os procuradores querem o desmembramento da plataforma de anúncios da empresa.
Quais são os limites do domínio do Google?
O caso atual foi aberto em 2020, sob a gestão do então presidente Donald Trump, e tem apoio de uma coalizão formada por 38 procuradores-gerais estaduais. A condução do julgamento cabe ao juiz distrital Amit Mehta, responsável por outras ações semelhantes contra empresas do setor.
A disputa ocorre no mesmo tribunal onde a Meta responde por questões relacionadas às compras do Instagram e WhatsApp. Entre os nomes esperados para prestar depoimento estão representantes da OpenAI e da Perplexity, ambas atuantes na área de inteligência artificial com sistemas que competem por relevância em ferramentas de busca.
Durante a sessão inicial, segundo a agência Reuters, um advogado do DOJ afirmou que serão necessárias mudanças substanciais para conter o avanço do Google, especialmente no uso da inteligência artificial.
A resposta do Google veio por meio de uma publicação assinada pela executiva Lee-Anne Mulholland, no domingo (20). Segundo ela, as exigências do governo “atrasariam a inovação norte-americana em um momento crítico”.
“Quando se trata de remédios antitruste, a Suprema Corte dos EUA disse que ‘cautela é fundamental’. A proposta do DOJ joga essa cautela ao vento”, escreveu Mulholland.
A empresa também sustenta que suas ferramentas de inteligência artificial não deveriam ser incluídas no processo, cuja base legal é focada exclusivamente nos serviços de busca.
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