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Pesquisadores dinamarqueses desenvolvem ‘calculadora da morte’; entenda

Published 22/03/2024
Pesquisadores desenvolveram um modelo denominado "calculadora da morte", um algoritmo projetado para prever as etapas da vida até seu término

Pesquisadores dinamarqueses desenvolvem 'calculadora da morte' - Crédito: Canva Fotos

Pesquisadores da Universidade Técnica da Dinamarca desenvolveram um modelo denominado “calculadora da morte“. Trata-se, assim, de um algoritmo projetado para prever as diferentes etapas da vida até seu término. Porém,há ressalvas quanto aos riscos associados ao uso comercial desses dados.

Conhecido como ‘life2vec‘, o modelo emprega uma abordagem semelhante à tecnologia de processamento de linguagem natural. Porém, ao invés de analisar texto, ele interpreta estatísticas como nascimentos, educação, benefícios sociais e horas de trabalho. Utilizando dados anônimos de milhões de dinamarqueses compilados pelo Instituto Nacional de Estatística, o modelo demonstrou uma precisão significativa na previsão de eventos futuros, como a morte e migrações.

“Com uma amostra de pessoas entre 35 e 65 anos, procuramos prever com base em um período de oito anos, de 2008 a 2016, se a pessoa vai morrer nos próximos quatro anos, até 2020. O modelo faz isso muito bem, melhor do que qualquer outro algoritmo”, disse à AFPSune Lehmann, um dos autores do estudo e professor da Universidade Técnica da Dinamarca. Ele alega que não usa sua fórmula em casos pessoais. Essa faixa etária, em que os óbitos costumam ser poucos, facilita, segundo os pesquisadores, a verificação da confiabilidade do programa.

“Calculadora da morte” em fase de pesquisas

Embora ofereça promessas, os pesquisadores enfatizam que o algoritmo ainda está em fase de pesquisa e não está pronto para uso público. Eles argumentam que a criação da calculadora representa um contrapeso científico aos algoritmos desenvolvidos por gigantes da tecnologia, como Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft, os quais, muitas vezes, mantêm seus modelos em sigilo. Segundo os pesquisadores, compreender as implicações éticas e sociais do uso desses dados é crucial.

Enquanto isso, especialistas em ética alertam para preocupações sobre o possível uso dessas informações em setores como seguros, onde os indivíduos poderiam ser classificados e discriminados com base em previsões de vida. Apesar de não terem casos de vazamento de dados pessoais do Instituto Nacional de Estatística, a discussão sobre a utilização desses dados continua em pauta.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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