Médicos britânicos alertam que imunidade da vacina contra Covid-19 cai com o tempo

Médicos britânicos vêm dizendo que a queda da imunidade contra a Covid-19 pode levar à morte mesmo com as duas doses da vacina no país.

Médicos britânicos alertam que imunidade da vacina contra Covid-19 cai com o tempo
Médicos britânicos vêm dizendo que a queda da imunidade contra a Covid-19 pode levar à morte mesmo com as duas doses da vacina no país. (Créditos: Eduardo Lopes)

Médicos britânicos e a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido vêm dizendo que a diminuição da imunidade contra a Covid-19 pode levar à morte mesmo as pessoas que já tomaram duas doses da vacina no país.

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É esperada a queda da imunidade, mas isso não deve ser motivo para as pessoas não se vacinarem, disse o pesquisador Tim Spector, em agosto, O especialista é criador do estudo, o qual mostrou que a proteção pela vacina da Pfizer, por exemplo, cai de 88% um mês após a segunda dose para 74% depois de seis meses.

A vacina Oxford/AstraZeneca cai de 77% para 67% depois do quinto mês da imunização completa.

Com base nesse estudo, a pergunta que se faz é: até onde a população está imunizada de fato após completar o ciclo de imunização? “Primeiro, vamos ressaltar o básico: nosso sistema imunológico tem dois grandes papéis, que são impedir que nos infectemos e, caso isso fracasse, ajudar nosso corpo a se livrar da infecção”, explicou o especialista.

“Há evidências boas de que anticorpos diminuem com o tempo, o que nos deixa com defeitos óbvios”, explica a professora Eleanor Riley, imunologista da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

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A deserção desses arqueiros-anticorpos de seus postos foi piorada pela emergência da variante Delta, que contagia bem mais. Ela entra no corpo com mais facilidade e é mais perigosa, pois “é como se fosse um novo exército se amontoando na muralha com armamento extra”, avalia.

Provavelmente, a população já percebeu as consequências, já que muitas pessoas pegaram o vírus mesmo estando vacinadas com as duas doses da vacina.

Para o governo, a queda da imunidade, com o tempo, se torna grande preocupação nas ações para impedir o avanço da Covid-19.

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Adam Finn, professor da Universidade de Bristol (Inglaterra) e conselheiro do governo britânico sobre vacinas, falou que o número de não vacinados e vacinados tem aumentado nos hospitais no Reino Unido.

Ele ressalta que “a proteção que (a pessoa vacinada) tem contra infecções leves diminui mais rapidamente, enquanto a proteção contra ir ao hospital ou contra a morte diminui mais lentamente”.

O risco mais preocupante de morte ou hospitalização ainda está nos idosos. A maioria das mortes entre pessoas já que tinham tomado as duas doses envolveu quem tinha mais de 70 anos.

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As pessoas vacinadas neste grupo se mostraram mais resistentes do que os idosos que não puderam ou não quiseram ser vacinados. Em grupos mais jovens fica claro que a forma duplamente vacinada segue pequena.

Com o passar do tempo, todas as células do corpo envelhecem, incluindo as do sistema imune. Com isso, fica mais difícil treinar as imunidades com as vacinas, e torna a reação do corpo mais difícil quando se tem uma infecção.

“É possível que os idosos tivessem (uma boa) proteção inicialmente, mas agora esses anticorpos enfraqueceram e eles podem não ter a segunda linha de defesa”, pontua Eleanor Riley. “Pode ser por isso que estejamos vendo pessoas mais idosas e frágeis morrendo, apesar de terem tomado duas doses.”

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Isso se soma ao fato que o avanço da idade, de vez em quando, vem junto de problemas de saúde. Como esse público foi um dos primeiros a tomar a vacina contra o coronavírus, teve mais tempo para que a proteção diminuísse.

Assim como no Brasil, no Reino Unido idosos e outros grupos também já estão recebendo a dose de reforço.

Pessoas com câncer, transplantadas ou com outros problemas que atingem o sistema imune, têm um problema levemente diferente, uma vez que seu corpo não responde tão bem às vacinas.

“Os anticorpos deles diminuem a uma taxa similar à das pessoas saudáveis, mas eles obviamente começam em número menor“, afirma Ellen Parry, da Universidade de Birmingham.

Vale lembrar que, entre as vacinas Pfizer e AstraZeneca, existem importantes diferenças. “Elas parecem ser boas em diferentes partes do sistema imunológico”, agrega Parry.

“As vacinas de RNA (no caso, a da Pfizer) são muito potentes na formação de anticorpos; a da AstraZeneca é muito boa em gerar respostas de células T.”

Para os especialistas, mesmo que tenham queda da imunidade, as vacinas que estão disponíveis contra a Covid-19 “são excepcionalmente boas”. Quando a pandemia iniciou as pessoas pediam e sonhavam com uma vacina que reduzisse pelo menos 50% a taxa de mortes. Hoje, mesmo com a diminuição da proteção que causa, a proteção fornecida ainda está entre 80% a 90%.

“Mesmo os piores casos, seis meses depois (do início da vacinação no Reino Unido), são melhores do que esperávamos quando projetamos as vacinas”, diz Finn. “Elas ainda são muito boas.”

Ainda tem uma notícia ainda melhor: é que já tem evidências de que a dose de reforço, já aplicada em mais de 11,4 milhões de pessoas no Reino Unido e em 10,2 milhões de pessoas no Brasil, está fazendo uma diferença  importante no combate à doença.

Dados do Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido mostraram que os níveis de anticorpos cresceram no grupo mais velho.

O próximo passo é monitorar para observar se essa dose adicional vai conseguir diminuir o número de casos e mortes.

“#WATCH O Ministro da Saúde diz que um modelo totalmente novo indica que os números do hospital COVID-19 continuarão a aumentar @DonnellyStephen

 estava falando a caminho de um subcomitê do gabinete em # COVID19

@NewsChambers tem os detalhes

#VMNews | # COVID19 | # COVID19ireland”

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