Na última segunda-feira (3), a fundadora da empresa americana de biotecnologia Theranos, Elizabeth Holmes, foi condenada por fraude e conspiração em um tribunal da Califórnia.
O júri federal considerou Holmes culpada de três acusações de fraude e uma de “conspiração para fraudar investidores”.
Durante o julgamento que durou cerca de dois meses, os jurados ouviram depoimentos de mais de 20 testemunhas de acusação. Entre eles estavam pacientes e investidores que foram enganados por Holmes.
A empresaria de 37 anos não foi detida e não há data exata para o anúncio da sentença, que pode ser de 20 anos para cada uma das quatro acusações.
No total, ela foi acusada de 11 crimes. Porém, o júri a considerou inocente de outros quatro e não conseguiu chegar a um veredicto unânime sobre os três restantes.
Elizabeth fundou a Theranos aos 19 anos. Ela garantia que a empresa revolucionaria a indústria de testes diagnósticos com máquinas que poderiam entregar resultados rápidos com apenas algumas gotas de sangue. O projeto atraiu grandes investidores e a tornou uma bilionária aos 30 anos.
Contudo, o jornal americano “The Wall Street Journal” descobriu que os dispositivos não eram tão eficazes quanto Holmes alegava.
Em uma série de reportagens investigativas, o jornal americano mostrou que os resultados não eram confiáveis e que a empresa usava máquinas disponíveis comercialmente, produzidas por outros fabricantes, para viabilizar a maioria de seus testes.
Os testes custavam um quarto do preço dos tradicionais, o que levou a rede de farmácias norte-americana Walgreens a fazer parceria com a Theranos para oferecê-los em suas lojas nos Estados da Califórnia e no Arizona.
As acusações levaram o Departamento de Justiça dos EUA a abrir processos contra Holmes e seu ex-namorado, o ex-presidente e ex-diretor de operações da empresa, Ramseh “Sunny” Balwani.
Analistas afirmam que o caso Theranos é considerado o pior exemplo dos excessos do Vale do Silício, que, segundo críticos, incentiva pessoas a prosperar mesmo em detrimento de padrões éticos.
Theranos founder Elizabeth Holmes, who claimed she could revolutionize the blood-testing industry, was found guilty on four out of 11 criminal-fraud charges #WSJWhatsNow pic.twitter.com/czNAICxi0X
— The Wall Street Journal (@WSJ) January 4, 2022