Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) divulgado nesta quarta-feira (2), o desmatamento na região amazônica cresceu 56,6%. As áreas devastadas ultrapassam os 10 mil km² por ano, o que não ocorria desde 2008.
Desde 2017, o Pará foi o estado com maior destruição de áreas florestais. No triênio 2019-2021, o Pará concentrou 43% do desmatamento do bioma, seguido por Amazonas (18%), Mato Grosso (16%) e Rondônia (13%). Outros estados, como Acre (7%), Roraima (2%), Maranhão (1%), Amapá (0,03%) e Tocantins (0,03%), juntos, somaram 11% do total.
O desmatamento em terras indígenas registrou alta de 153%, cerca de 1.255 km² de floresta foram derrubados no triênio da pesquisa. Já o desmatamento em unidades de conservação cresceu 63,7%, resultando em 3.595 km² derrubados.
Para o IPAM, os altos índices de desmatamento ficaram mais evidentes desde a da vitória presidencial de Jair Bolsonaro (PL). O órgão atribui a devastação do bioma a uma série de causas, entre elas o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, a redução de ações de combate ao desmatamento e da falta de punição a crimes ambientais.
Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM e principal autora do estudo, disse que o desmatamento tende a continuar elevado nas áreas pesquisadas. “Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia e não podemos nos acostumar com isso. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento”, afirmou Ane.
A gente sabe que o desmatamento na Amazônia não para de crescer, mas vocês têm noção do TAMANHO desta destruição?
— Maya do IPAM (@IPAM_Amazonia) February 2, 2022
Nos últimos três anos, o desmatamento na Amazônia cresceu 56,6% em comparação como triênio 2015-2018!
Segue o fio que explico ????
????Victor Moriyama pic.twitter.com/c8DwPd4vOx