O promotor do Tribunal Penal Internacional, em Haia, Karim Khan, confirmou nesta quarta-feira (2), por meio de um comunicado, que vai abrir uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos na Ucrânia. A decisão foi tomada depois do pedido de 39 dos Estados que integram o tribunal, de acordo com a agência Reuters.
“Esses encaminhamentos permitem que meu escritório prossiga com a abertura de uma investigação sobre a situação na Ucrânia, abrangendo quaisquer alegações passadas e presentes de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio cometidos em qualquer parte do território da Ucrânia por qualquer pessoa “, escreveu o promotor na nota que foi publicada no Twitter dele.
O governo ucraniano quer que a Rússia seja responsabilizada por “manipular a noção de genocídio para justificar a agressão”.
A Ucrânia alega que a Rússia tem atacado civis durante o conflito, inclusive ambulâncias e um orfanato. Moscou nega e diz que só ataca alvos estratégicos e militares do exército ucraniano.
Apesar disso, nesta semana, o exército russo atacou vários prédios que não faziam parte das instalações militares da Ucrânia. Um míssil atingiu a sede do governo de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia. Em outra ação, pelo menos cinco pessoas morreram no ataque a uma torre de TV em Kiev.
Guerra da Ucrânia completa uma semana
Há uma semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia. Tropas russas avançam pelo sul, leste e norte do território ucraniano.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Putin não admite a possibilidade e exige que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na organização.
O presidente russo também alega que a Ucrânia está sob influência estrangeira e que não merece ser um país independente. O exército ucraniano conta com a ajuda de voluntários para conter as tropas russas.