A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, lamentou a guerra no país em uma carta aberta divulgada no Instagram. Ela fez um apelo à imprensa mundial para que os jornais mostrem a “terrível verdade” que está acontecendo durante a invasão russa.
A esposa do presidente Volodymyr Zelensky diz que o conflito é “impossível de acreditar” e descreveu a invasão como o “assassinato em massa de civis ucranianos”.
“Talvez o mais aterrorizante e devastador desta invasão sejam as vítimas infantis. Alice de oito anos que morreu nas ruas de Okhtyrka enquanto seu avô tentava protegê-la. Ou Polina de Kiev, que morreu no bombardeio com seus pais, Arseniy, de 14 anos, foi atingido na cabeça por destroços e não pôde ser salvo porque uma ambulância não conseguiu chegar a tempo por causa dos intensos incêndios”, escreveu em um trecho traduzido pela Sky News.
A primeira-dama da Ucrânia dedica grande parte do texto para falar da situação vulnerável das crianças da guerra. “O primeiro recém-nascido da guerra, viu o teto de concreto do porão, sua primeira respiração foi o ar acre do subsolo, e eles foram recebidos por uma comunidade presa e aterrorizada. Existem várias dezenas de crianças que nunca conheceram a paz em suas vidas.”
“Quando a Rússia diz que ‘não está travando uma guerra contra civis‘, eu chamo os nomes dessas crianças assassinadas”, disse.
Entenda a invasão da Rússia na Ucrânia
O presidente Vladimir Putin ordenou uma invasão na Ucrânia, na quinta-feira (24). Desde então, o exército russo faz ofensivas por terra, ar e mar contra pontos estratégicos ucranianos, incluindo a capital Kiev e Kharkiv, segunda maior cidade do país.
Militares russos também conquistam terreno no sul da Ucrânia. Pelo menos uma cidade portuária, Kherson, já foi tomada por eles.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Uma das demandas da Rússia nas negociações sobre a guerra é que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na OTAN e na União Europeia. Moscou também exige que Kiev reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano, e que a Crimeia faz parte da Rússia.
Putin argumenta que está realizando uma “operação especial” para proteger os russos que vivem em território ucraniano. Ao mesmo tempo, Putin também diz que a Ucrânia está sob controle estrangeiro e que não merece ser um país independente.