Pelo menos 48 mil civis foram retirados de áreas de combate na Ucrânia através dos corredores humanitários. Cerca de 43 mil pessoas saíram da cidade de Sumy. Outras 3.500 saíram de Kiev. Cerca de mil pessoas deixaram Enerhodar, cidade vizinha da maior usina nuclear da Europa que está sob poder dos russos.
A informação foi publicada pela Reuters, que cita a agência russa Interfax.
Nesta quarta-feira (9), a Rússia abriu mais uma vez seis corredores para a saída dos civis. Em vários momentos do dia, a Ucrânia acusou os russos de violarem o cessar-fogo nas rotas.
Em um dos casos, forças ucranianas disseram que tropas russas atiraram contra policiais em Demydiv, cerca de 25 quilômetros da capital Kiev. Um policial morreu e outro ficou ferido. Um civil também foi internado com ferimentos graves. Ao todo, 100 pessoas conseguiram sair em segurança, incluindo 30 crianças. A DW, que noticiou o caso, disse que não conseguiu verificar os relatos de maneira independente.
Em Mariupol, autoridades acusam os russos de bombardearem uma maternidade e hospital infantil durante o cessar-fogo. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, segundo autoridades locais citadas pela Reuters.
As tentativas de retirada de civis em Mariupol têm falhado diariamente. A cidade está cercada por tropas russas há vários dias. Há relatos de que falta água, comida, remédios e aquecimento.
O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Genebra, Ewan Watson, disse que “a situação é apocalíptica” e que os suprimentos acabaram, segundo a DW.
Entenda a invasão da Rússia à Ucrânia
O presidente Vladimir Putin ordenou uma invasão na Ucrânia, na quinta-feira (24). Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Uma das demandas da Rússia nas negociações sobre a guerra é que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na OTAN e na União Europeia. Moscou também exige que Kiev reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano, e que a Crimeia faz parte da Rússia. Putin argumenta que está realizando uma “operação especial” para proteger os russos que vivem em território ucraniano.