O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta quinta-feira (10) que vai abrir corredores humanitários diários para retirada de civis ucranianos de áreas de conflito. De acordo com a agência russa Tass, as passagens serão abertas de modo unilateral, sem combinar com o governo da Ucrânia.
Os corredores em direção ao território russo serão abertos todos os dias às 10h no horário local (04h de Brasília). Já as passagens para outras direções terão que ser combinadas com os ucranianos.
O Ministério da Defesa russo alega que mais de 187 mil ucranianos já foram retirados de áreas perigosas sem a participação de Kiev, que “ainda proíbe categoricamente e se rejeita a autorizar a saída de residentes civis em direção à Rússia”, segundo noticiou a Tass.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky diz que cerca de 100 mil pessoas foram retiradas nos últimos 2 dias, de acordo com a CNN Internacional.
A situação mais drástica é a da cidade de Mariupol, onde organizações humanitárias e autoridades ucranianas dizem que a população está passando fome e frio. Ucranianos acusam os russos de atirarem em direção aos corredores humanitários para inviabilizar a saída dos civis.
Entenda a invasão da Rússia à Ucrânia
O presidente Vladimir Putin ordenou uma invasão na Ucrânia no dia 24 de fevereiro. Desde então, o exército russo faz ofensivas por terra, ar e mar contra pontos estratégicos ucranianos, incluindo a capital Kiev e Kharkiv, segunda maior cidade do país.
Militares russos também conquistam terreno no sul da Ucrânia e cercam cidades estratégicas.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Uma das demandas da Rússia nas negociações sobre a guerra é que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na OTAN e na União Europeia. Moscou também exige que Kiev reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano.
Putin argumenta que está realizando uma “operação especial” para proteger os russos que vivem em território ucraniano. Ao mesmo tempo, Putin também diz que a Ucrânia está sob controle estrangeiro e que não merece ser um país independente.