Covid-19 já é endemia, diz secretário de Saúde do Rio

A cidade aboliu praticamente todas as medidas restritivas de prevenção à doença, inclusive o uso de máscaras em locais fechados, e mantém apenas a exigência de passaporte vacinal para o acesso a ambientes fechados

O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse hoje (11) que a covid-19 já pode ser considerada uma endemia e que é improvável pensar que ela será erradicada.

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A cidade aboliu praticamente todas as medidas restritivas de prevenção à doença, inclusive o uso de máscaras em locais fechados, e mantém apenas a exigência de passaporte vacinal para o acesso a ambientes fechados. 

“A gente já pode considerar a pandemia de covid-19 como uma endemia, uma doença que vai estar presente ao longo do tempo”, disse Soranz, em entrevista à Agência Brasil e à Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

O secretário esteve na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no Rio de Janeiro, para participar do telejornal Repórter Rio, da TV Brasil, e comentou a decisão tomada nesta semana que desobrigou o uso de máscaras em todos os locais fechados da cidade.

“A pandemia, agora, já virou uma endemia. Ela se mantém ao longo de um tempo muito grande. Se não aparecer nenhuma nova variante, como aconteceu com a variante Ômicron, a gente vai ter um cenário de muito mais normalidade nos próximos dias”, disse ao Repórter Rio.

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A pandemia de covid-19 foi declarada pela Organização Mundial da Saúde há dois anos, em 11 março de 2020, e especialistas explicam que, apesar de governos locais poderem retirar as medidas restritivas, somente a organização pode declarar o fim da pandemia.

Dose de reforço

Apesar da expectativa positiva em relação ao cenário epidemiológico, o secretário fez um apelo para que os 670 mil cariocas que estão com a dose de reforço atrasada busquem os postos para completar o esquema vacinal.

“O que a gente sabe hoje é que as pessoas vacinadas têm um risco muito pequeno de adoecer gravemente e ir a óbito, mas é importante que elas saibam que a proteção vacinal não dura para sempre, ela dura determinado tempo. Quem fez a sua segunda dose com ao menos quatro meses precisa fazer a dose de reforço, ela é essencial para essa proteção”, explicou. “A gente viu que a dose de reforço protege muito, tem uma capacidade de proteção muito superior à segunda dose. Fica nosso apelo aos cariocas”.

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Soranz afirmou, ainda, que o Rio chegou a uma taxa de positividade de apenas 1,4% nos testes de covid-19, o que significa que há uma média de menos de dois testes positivos em cada 100 realizados. Além disso, a cidade está com uma taxa de transmissão de 0,31, o que indica que 100 casos de covid-19 transmitem a doença para apenas 30, causando uma redução no número de infectados.

Mesmo assim, a preocupação da prefeitura é com as pessoas que não completaram o esquema vacinal ou não se vacinaram. A exigência do passaporte vacinal só deve ser suspensa quando a cidade atingir 70% da população adulta com a dose de reforço. Atualmente, o percentual está em 55%.

“[Algumas pessoas] estão adoecendo gravemente e muitas delas demandando serviços hospitalares. Então, a gente precisa muito que elas continuem a se vacinar, acreditem na vacina e continuem a proteger suas vidas e as vidas das pessoas que as cercam”, afirmou.

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Aglomerações no carnaval

Como o cenário de queda nos casos se manteve mesmo com as aglomerações registradas no carnaval, o secretário de Saúde espera que os desfiles na Marquês de Sapucaí, marcados para abril, aconteçam sem problemas.

“O carnaval não foi um problema na data original, mesmo com as aglomerações, e a gente espera que o carnaval na Sapucaí aconteça normalmente, que as pessoas possam voltar a ser felizes, estar juntas e voltar um pouco o jeito carioca de ser”, disse ele. “Com esse cenário epidemiológico favorável, a gente tem muita segurança de que dá para fazer [o carnaval], desde que os cariocas continuem a se vacinar e a tomar a dose de reforço”, acentuou.

Apesar de praticamente todas as medidas restritivas terem sido suspensas na cidade, Daniel Soranz  pondera que elas podem voltar caso alguma nova variante mude o cenário epidemiológico. Ele destacou que ainda não há evidências de que um aumento de casos poderia ser causado pela variante Deltacron, detectada no exterior, e chamou a atenção dos pesquisadores porque ela combina características das variantes Delta e Ômicron.

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“Temos sempre que estar acompanhando qualquer mudança de cenário no Brasil e no mundo, e, se necessário, mudar as medidas restritivas. Mas, nesse momento, a gente tem um cenário muito positivo, de queda permanente”, finalizou.

(Agência Brasil)

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