A Rússia e os Estados Unidos levaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a troca de acusações sobre armas químicas em meio à guerra na Ucrânia. A reunião extraordinária foi convocada pelos russos.
De acordo com a DW, o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, acusou a Ucrânia de fazer experimentos biológicos perigosos em 30 laboratórios. De acordo com o diplomata, o objetivo dos ucranianos é disseminar “patógenos virais” através de morcegos.
Os russos ainda acusaram o governo americano de financiar pesquisas com armamentos químicos em solo ucraniano. Nenhuma prova foi apresentada na reunião.
Washington e Kiev negaram a existência de tais laboratórios. Já o representante da ONU para Desarmamento, Izumi Nakamitsu, negou que tivesse conhecimento de qualquer programa de armas biológicas na Ucrânia.
Na quarta-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, já tinha criticado as alegações da Rússia de que os Estados Unidos estariam desenvolvendo armas químicas na Ucrânia. Ela disse que, na verdade, é a própria Rússia que se prepara para usá-las no território ucraniano.
Entenda a guerra na Ucrânia
O presidente Vladimir Putin ordenou uma invasão na Ucrânia no dia 24 de fevereiro. Desde então, o exército russo faz ofensivas por terra, ar e mar contra pontos estratégicos ucranianos, incluindo a capital Kiev e Kharkiv, segunda maior cidade do país.
Militares russos também conquistam terreno no sul da Ucrânia e cercam importantes cidades portuárias como Kherson e Mariupol.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Uma das demandas da Rússia nas negociações sobre a guerra é que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na OTAN e na União Europeia. Moscou também exige que Kiev reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano.
Putin argumenta que está realizando uma “operação especial” para proteger os russos que vivem em território ucraniano. Ao mesmo tempo, Putin também diz que a Ucrânia está sob controle estrangeiro e que não merece ser um país independente.