O governo da Ucrânia afirmou nesta quinta-feira (17) que oito dos nove corredores de evacuação funcionaram como planejado. A ministra responsável, Iryna Vereshchuk, disse que quase 800 carros particulares deixaram Mariupol com mais de 2 mil pessoas atravessando o território ocupado pela Rússia até a cidade de Zaporizhzhia no meio da noite.
É a primeira vez em muitos dias que um corredor saindo de Mariupol foi acordado, embora Vereshchuk não tenha mencionado se um comboio humanitário planejado destinado à cidade sitiada teve permissão para deixar Berdyansk pelas forças russas.
Em outros lugares, 36 toneladas de alimentos e remédios foram entregues nas cidades de Hostomel e Bucha, a noroeste de Kiev, bem como em três aldeias a nordeste da capital.
O único corredor planejado que não funcionou fica entre Kharkiv e Vovchansk, perto da fronteira russa. A evacuação foi adiada devido a bombardeios das forças russas, disse Vereshchuk.
Sua missão é dificílima: assegurar a segurança dos corredores humanitários para mulheres, crianças e homens idosos que queiram fugir da guerra na Ucrânia. É a vice-primeira-ministraIryna vereshchuk, 43 anos. O marido está combatendo e o filho de 17 anos abrigado longe da mãe pic.twitter.com/lhmzPyTSQ5
— Ricardo Setti (@ricardosetti) March 17, 2022
Entenda a invasão da Rússia na Ucrânia
O presidente Vladimir Putin ordenou uma invasão na Ucrânia, na quinta-feira (24). Desde então, o exército russo faz ofensivas por terra, ar e mar contra pontos estratégicos ucranianos, incluindo a capital Kiev e Kharkiv, segunda maior cidade do país.
Militares russos também conquistam terreno no sul da Ucrânia. Pelo menos uma cidade portuária, Kherson, já foi tomada por eles.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Uma das demandas da Rússia nas negociações sobre a guerra é que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na OTAN e na União Europeia. Moscou também exige que Kiev reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano, e que a Crimeia faz parte da Rússia.
Putin argumenta que está realizando uma “operação especial” para proteger os russos que vivem em território ucraniano. Ao mesmo tempo, Putin também diz que a Ucrânia está sob controle estrangeiro e que não merece ser um país independente.