Uma pesquisa derivada do monitoramento de ataques a profissionais da comunicação, conduzido pela rede Voces del Sur, revelou que 127 profissionais e veículos midiáticos foram alvo de 119 atos de violência de gênero em 2021. Após análises mais profunda dos dados, constatou-se que a maioria das vítimas eram jornalistas políticas.
O estudo foi feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) juntamente com o Global Media Defence Fund da Unesco, e mostrou que jornalistas políticas representam 91,3% das vítimas.
Os resultados do Brasil foram apresentados na conferência de Liberdade de Imprensa promovida pela Unesco na Estônia em fevereiro por Cristina Zahar, secretária-executiva da Abraji.
“Apesar da pandemia e da cobertura de saúde ao longo do ano, a maior parte das agressões desencadeadas pela cobertura jornalística está ligada a agendas políticas e tentativas de impedir o jornalismo de investigar e fiscalizar o Estado”, afirmou Zahar.
Segundo o levantamento da Abraji, profissionais da comunicação e veículos receberam 45 ataques utilizando gênero ou orientação sexual como argumentos para a agressão.
Discursos que utilizam agressões verbais com o intuito de hostilizar e descredibilizar jornalistas políticas responderam por 75% dos episódios identificados pela Abraji. Outro dado revela que 71,4% dos insultos tiveram origem ou foram repercutidos nas redes socias.
????Ainda dá tempo de ver ou rever o webinar sobre o relatório de violência de gênero, realizado com apoio do Global Media Defence Fund, da @UNESCOBrasil
— Abraji (@abraji) March 23, 2022
????Aproveite para assistir agora e baixar gratuitamente o relatório apresentado no evento pic.twitter.com/ZBQ7WLpUT2