Vieram à tona, nesta semana, novas informações sobre a rede de tráfico de mulheres, chefiada pelo ex-campeão mundial de kickboxing, Andrew Tate, de 36 anos, e seu irmão Tristan Tate, de 34 anos. Ambos foram presos em dezembro, quando denúncias chegaram ao Ministério Público de Bucareste, na Romênia, onde eles moram.
De acordo com uma reportagem do G1, que teve acesso a um arquivo de 61 páginas, os dois são acusados de envolvimento com pornografia e escravização sexual de mulheres. O advogado deles, Eugen Vidineac, disse que não poderia confirmar ou negar publicamente informações sobre o caso enquanto a investigação estivesse em andamento.
QUEM É ANDREW TATE?
Emory Andrew Tate III, é um influenciador britânico-americano, empresário e ex-kickboxer profissional. Tate começou a praticar kickboxing em 2005 e conquistou seu primeiro título em 2009. Em 2016, ganhou notoriedade ao participar do reality show Big Brother, na Inglaterra.
Nas redes sociais, vendia um estilo de vida luxuoso, ostentando carros esportivos e a companhia de belas mulheres. Se mudou para Romênia, onde dizia manter um negócio milionário de vendas de criptomoedas. Em 2022, foi a oitava pessoa mais pesquisada no Google, superado apenas por figuras como Johnny Depp, Will Smith e Vladimir Putin.
Em 29 de dezembro de 2022, Tate e seu irmão, Tristan, foram presos junto com duas mulheres; todos os quatro são suspeitos de tráfico de pessoas. A polícia alega que o grupo coagia as vítimas para criar pornografia paga para as redes sociais.
ONLYFÃS
Pelo menos seis mulheres acusam Tate de serem enganadas, coagidas e obrigadas a criar conteúdo pornográfico para a plataforma Only Fãs. O dinheiro ganho por elas era capturado por Tate.
A plataforma é um site que permite que as pessoas vendam vídeos explícitos de si mesmas. De acordo com o Ministério Público, Tate abordava mulheres jovens e bonitas pela internet, marcava um encontro com elas fingindo ter interesse em um relacionamento amoroso e quando ganhava a confiança das vítimas, as convida para ir morar com ele na Romênia.
Chegando na casa de Tate, as vítimas percebiam que tinham sido engadas e eram mantidas sob vigilância, além de serem obrigadas a produzir o conteúdo explicito para o OnlyFãs.
Uma das vítimas, uma jovem da Moldávia, país do leste europeu, disse a polícia que ao conhecer Tate ele disse que estava apaixonado por ela e, chegou inclusive, a pedir ela em casamento. Já na Romênia, ela descobriu que se tratava de uma rede de exploração sexual.
Na casa onde foi colocada, a jovem foi obrigada a viver com mais outras quatro mulheres que também estavam vivendo sob o cárcere de Tate. Além do irmão dele, outras duas mulheres eram comparsas e vigiavam as garotas 24 horas por dia.
A estimativa é de que cada mulher conseguia faturar cerca de 100 mil dólares por mês no OnlyFãs. Os promotores dizem que Tate controlavam as contas e os ganhos das vítimas.
A porta-voz da empresa, Sue Beeby, disse disse que a plataforma monitorava as contas relacionadas a Tate desde o início de 2022 tomou medidas proativas para impedi-lo de postar ou monetizar conteúdo, sem detalhar os motivos para as medidas tomadas. Alguns grupos de direitos humanos já demonstram preocupação sobre o potencial para a exploração das mulheres em tais plataformas.
O QUE DIZ A DEFESA
Segundo Eugen Vidineac, advogado dos irmãos Tate, todas as acusações são infundadas e as mulheres tinham telefone celular, acesso à internet e liberdade de sair de casa como quisessem.
O caso corre sob segredo de Justiça e a polícia romena apreendeu ativos no valor de quase R$ 19 milhões, incluindo uma frota de carros de luxo do complexo de Andrew Tate nos arredores de Bucareste.
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