Em um movimento contrário ao ocidente, que vem reconhecendo os benefícios de trabalhar apenas quatro dias na semana, o governo da Coreia do Sul propôs o aumento da jornada de trabalho para até 69 horas semanais.
Segundo a CNN, uma reforma trabalhista foi apresentada esta semana em Seul. Ela busca acabar com o atual limite, criado em 2018, de até 52 horas de trabalho na semana (40 horas regulares e 12 horas-extras semanais).
O governo defende que o aumento de até 17 horas de trabalho por semana será “benéfico” para os trabalhadores e que isso irá ajudar a aumentar a taxa de natalidade do país, a mais baixa de todo o mundo.
O ministro do Trabalho coreano, Lee Jung-sik, afirmou que as novas regras permitiriam que os trabalhadores acumulem mais horas extras em troca de folgas mais tarde. Ou seja, as pessoas que desejam fazer pausas mais longas, como pais ou cuidadores, poderiam. Entretanto, apenas no futuro. O governo espera que, com a mudança, os casais se programem para fazer muitas horas-extras e depois tenham tempo livre para quando planejarem ter filhos.
Segundo a CNN, o Ministério do Trabalho da Coreia disse que a proposta de reforma trabalhista faz parte dos esforços para trazer mais flexibilidade ao mercado e “melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional”.
Entretanto, os sindicatos do país estão se mostrando muito críticos em relação às reformas propostas. “Isso tornará legal trabalhar das 09h00 até a meia-noite por cinco dias seguidos. Não há consideração pela saúde e descanso dos trabalhadores”, afirmou a Confederação Coreana de Sindicatos em um comunicado.