O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o general da reserva Marcos Antônio Amaro dos Santos para assumir o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, segundo a CNN.
A escolha do general representa uma derrota para uma ala de ministros e auxiliares do presidente, como o ministro Flávio Dino (PSB-MA), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a primeira-dama Rosângela Lula Silva, a Janja, que defendem uma desmilitarização do governo e um maior protagonismo de policiais federais e agentes de segurança pública.
Após a revelação, por meio de vídeos, da participação do general Gonçalves Dias no atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro, ele deixou o cargo, reacendendo no governo a discussão em torno do futuro da pasta, que foi esvaziada desde o início do ano.
O GSI perdeu duas de suas principais atribuições nos últimos meses. Por isso, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada à pasta, passou a responder à Casa Civil.
Além disso, a segurança do presidente e do vice-presidente deixou de ser feita apenas por militares e passou a ser realizada majoritariamente por policiais federais subordinados à Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República.
Em relação à estrutura do GSI sob o comando do general Amaro, ainda não há certezas. Ele terá de buscar o consenso entre a ala que defende um fortalecimento da presença de policiais federais e agentes de outras forças de segurança na proteção presidencial e dos que defendem a permanência de militares no governo.
O fim da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, que está previsto para o dia 30 de junho, poderia levar policiais federais que atuam na segurança de Lula e Geraldo Alckmin (PSB) para o guarda-chuva do GSI.