julgamento em ny

“Pode me atacar, mas responda à pergunta”, diz juiz a Trump, réu por fraude

O político chegou a chamar o juiz Arthur F. Engoron de “hostil” e “parcial”, a firmou que o caso era uma “desgraça”

Na ocasião, Donald Trump chegou a chamar o juiz Arthur F. Engoron de "hostil" e "parcial", a firmou que o caso era uma "desgraça".
(Crédito: Reprodução/Gage Skidmore/Flickr)

Réu em quatro casos distintos, o ex-presidente estadunidense Donald Trump testemunhou em Nova York nesta segunda-feira (6), como parte do julgamento por ter sido acusado de inflacionar o valor de seus ativos imobiliários durante anos. Na ocasião, o político chegou a chamar o juiz Arthur F. Engoron de “hostil” e “parcial“, a firmou que o caso era uma “desgraça“.

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Ao responder aos questionamentos da promotoria, segundo informações do jornal The New York Times, Trump se estendia em assuntos pouco relacionados às perguntas, distribuindo afirmações e opiniões não-solicitadas. Ele também acusou as autoridades legais de prestarem “muita atenção” aos seus negócios depois de ter vencido as eleições presidenciais de 2016. “Tenho certeza de que o juiz decidirá contra mim porque ele sempre decide contra mim”, alegou.

O juiz Engoron então alertou o ex-presidente, reforçando que poderia removê-lo do banco das testemunhas caso ele não respondesse diretamente às perguntas. “Você pode me atacar, pode fazer o que quiser, mas, por favor, apenas responda à pergunta“, demandou.

O jurista dirigiu-se, ainda, ao advogado de Trump, Christopher Kise: “Senhor Kise, você pode controlar seu cliente? Este não é um comício político. Isto é um tribunal“.

Tanto a procuradora-geral quanto o juiz responsável pelo caso são regularmente atacados pelo republicano desde o início desse julgamento, no começo de outubro. O ex-presidente também já chamou Engoron de “desequilibrado” e de “agente democrata, da esquerda radical, que odeia Trump“.

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O julgamento do político estadunidense passou a receber mais atenção no fim de setembro, quando Arthur Engoron, que preside a sessão, decidiu que a “fraude contínua” foi comprovada.

Até o momento, as evidências apresentadas no julgamento revelaram que funcionários da empresa do ex-presidente, incluindo seus filhos Eric e Donald Jr., estiveram envolvidos em esforços para manipular o valor avaliado de algumas propriedades, como a de Mar-a-Lago, na Flórida. Uma testemunha, seu ex-advogado e corretor Michael Cohen, testemunhou que Trump o orientou a alterar as demonstrações financeiras para aumentar seu patrimônio líquido.

Este se trata de um processo civil e não criminal, portanto, o político não pode ser preso. Contudo, uma condenação pode trazer grandes impactos monetários. Ele pode ser impedido de fazer negócios na cidade, e o julgamento coloca em risco o império imobiliário que Trump construiu em Nova York.

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