A expectativa do Governo Federal para o fim de 2023 é de que o déficit primário das contas públicas fique em em R$ 177,4 bilhões, conforme anúncio feito hoje (22) pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Isso representa um aumento na projeção do rombo, que, em setembro, previa um resultado negativo de R$ 141,4 bilhões para este ano.
A informação consta do relatório de receitas e despesas do orçamento relativo ao quinto bimestre. O déficit primário acontece quando as despesas ficam acima das receitas, e não considera os gastos com os juros da dívida pública. No caso oposto, quando as receitas são maiores, o resultado é de superávit.
Segundo o Tesouro Nacional, a meta para este ano é de déficit de R$ 213,6 bilhões, o que equivale a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
O aumento na projeção do rombo fiscal em 2023 acontece no momento em que o governo tenta aprovar, no Congresso, propostas para elevar a arrecadação federal. A equipe de Economia traçou a meta de zerar o déficit em 2024, porém, o objetivo é considerado “ousado” por políticos, especialistas e agentes do mercado financeiro.
Os ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda também anunciaram que será preciso fazer um bloqueio adicional de R$ 1,1 bilhão no Orçamento deste ano.
Tal “contingenciamento” é necessário para atender ao limite para gastos existente para 2023. Esse é o quarto bloqueio de gastos do período, e o valor total do bloqueio de despesas no orçamento deste ano subiu para quase R$ 5 bilhões.