Menos de cinco dias após ser demitido pelo conselho da OpenAI, o “porta-voz da IA”, Sam Altman, está de volta ao topo de uma das maiores empresas de inteligência artificial do mundo. A decisão veio após negativa repercussão e pressão, principalmente de mais de 700 funcionários da empresa, que ameaçaram demitir-se e juntar-se à Microsoft, maior investidora da OpenAI, se o americano não voltasse ao comando da startup.
Por que?
Como houve pouca divulgação dos motivos da demissão, não faltaram especulações dos internautas e da mídia. Altman sempre priorizou o progresso da tecnologia. Em um âmbito tão polêmico e “perigoso” como o da inteligência artificial, isso assustou os cautelosos membros do conselho.
O lançamento do
ChatGPT, “filho” de Altman, trouxe o debate do poder da IA para o interesse público. A capacidade da ferramenta acendeu debates sobre o quanto o desenvolvimento desenfreado e exponencial da tecnologia afetaria a humanidade.
Segundo fontes, a demissão do então CEO teve como gatilho uma carta escrita por pesquisadores da empresa ao conselho. Nela, os especialistas advertiam sobre avanços no desenvolvimento do sistema Q* (lê-se Q-star), forte contribuinte para a criação de superinteligências artificiais, capazes de executar tarefas complexas com alta eficiência, o que representa uma potencial “ameaça à humanidade”. Os executivos, temendo o “entusiasmo” de Sam, decidiram desligar o CEO.
Futuro
A restituição de Sam altman trouxe de volta o cofundador Greg Brockman, que se demitiu em solidariedade ao sócio. Muitos funcionários expressaram sua satisfação com o fato em suas redes sociais. O conselho que desligou Altman será parcialmente reconstituído, assim como a integração de novas caras à diretoria, como o ex-CEO da Salesforce, Bret Taylor, e o ex-secretário do Tesouro dos EUA, Larry Summers.
Entretanto, o episódio trouxe dúvidas sobre a logística e relação interna da empresa. “A OpenAI não pode ser a mesma empresa que era até sexta-feira à noite. Isso tem implicações não apenas para potenciais investidores, mas também para recrutamento”, afirmou Nick Patience, da S&P Global Market Intelligence.