O Paquistão retirou nesta quarta-feira (17) seu embaixador do Irã. Ele estava de visita ao país vizinho. Segundo o Ministério paquistanês de Assuntos Exteriores, o embaixador iraniano também não será autorizado a voltar à Embaixada do Irã em Islamabad.
Ontem, na terça-feira (16), o Paquistão acusou o Irã de violar seu espaço aéreo e matar duas crianças em bombardeios. O Irã atacou duas bases do grupo militante Jaish al Adl. O governo paquistanês classificou o ataque como “violação“, disse que duas crianças foram mortas por conta dos bombardeios e prometeu “sérias consequências“.
O Ministério de Relações Exteriores do Irã confirmou os ataques e alegou que o Jaish al Adl foi atacado por ter vínculos com Israel.
Fundado em 2012, o Jaish al Adl é classificado como grupo terrorista pelos Estados Unidos e Irã, sendo responsável por vários ataques no território iraniano nos últimos anos. Em dezembro, reivindicou a autoria de um ataque a um quartel da polícia em Rask, resultando na morte de pelo menos 11 policiais iranianos.
Na segunda-feira (15), a Guarda Revolucionária do Irã, a principal força do Exército iraniano, também bombardeou grupos rebeldes no Iraque e na Síria. O Jaish al Adl já havia realizado ataques contra as forças de segurança iranianas na área de fronteira com o Paquistão. A mídia estatal iraniana informou somente que “essas bases foram atingidas e destruídas por mísseis e drones“.
Segundo a Nournews do Irã, afiliada ao principal órgão de segurança do país, as bases atacadas estavam na província paquistanesa do Balochistão.
Já o Paquistão não mencionou o local do incidente, nem a natureza da violação do espaço aéreo, mas disse que havia apresentado um protesto ao governo do Irã. Em comunicado, o governo paquistanês afirmou que “a responsabilidade pelas consequências recairá diretamente sobre o Irã“.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini