Os tanques dos três caminhões que transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, e que caíram no Rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, permanecem intactos. O supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça, afirmou nesta quinta-feira (26) que o risco de vazamento ou contaminação ambiental é mínimo.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, explicou o supervisor.
A ponte, localizada na BR-226, desabou na tarde de domingo (22), ligando as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a estrutura, construída na década de 1960, teve o vão central comprometido, o que levou ao colapso.
Como está o monitoramento ambiental?
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça esclareceu que, durante a retirada dos produtos químicos, é possível que uma quantidade mínima entre em contato com a água, mas isso não oferece risco significativo ao meio ambiente ou à saúde humana. “Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição”, detalhou.
Ele destacou, porém, que a contaminação localizada poderia causar mortandade da biota no perímetro do acidente, razão pela qual recomenda que a população evite aproximações, inclusive com embarcações. A Sema está monitorando o pH da água para detectar qualquer vazamento.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) emitiu na terça-feira (24) um parecer técnico que confirmou a ausência de contaminação no Rio Tocantins. Com base nisso, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou a retomada da captação de água para abastecimento da cidade de Imperatriz.
Situação das vítimas e retirada de materiais perigosos
Até o momento, seis corpos foram recuperados e 11 pessoas seguem desaparecidas. As operações de busca, realizadas pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão, Tocantins e Pará, junto com a Marinha, enfrentam dificuldades devido à baixa visibilidade, correnteza forte e profundidade de 50 metros no local do acidente.
Entre as vítimas identificadas estão Anisio Padilha Soares, de 43 anos, e Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos, localizados na quarta-feira (25). Também foram encontrados os corpos de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos, e Andreia Maria de Souza, de 45 anos, além de Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos, motorista de um dos caminhões que transportavam defensivos agrícolas.
Após o encerramento das buscas, será iniciado o plano de remoção dos materiais contaminantes. “Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local”, afirmou Caco Graça. Ele alertou a população sobre o perigo de manusear materiais que eventualmente sejam encontrados nas margens do rio, como bombonas de herbicidas, e orientou que casos sejam reportados às autoridades.
Ver essa foto no Instagram
Estrutura precária e causa do desabamento
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira integra o corredor rodoviário Belém-Brasília e é um ponto estratégico para o transporte na região. Há relatos de motoristas denunciando suas condições precárias antes do desabamento. Um vídeo publicado por um morador no sábado (21) evidenciava os problemas estruturais.
O DNIT informou que a causa do desabamento será investigada. Até a conclusão das obras, rotas alternativas foram sugeridas aos motoristas, passando por estradas próximas para evitar novos transtornos.
Leia também: Carro cai de ponte inacabada e três pessoas morrem ao seguirem Google Maps
Siga a gente no Google Notícias