Nesta sexta-feira (23), Joe Biden comunicou que os Estados Unidos irão impor mais de 500 sanções adicionais contra a Rússia. Elas foram anunciadas em resposta à morte de Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin, e à continuação da guerra na Ucrânia, que entrará em seu terceiro ano neste sábado (24). As medidas visam aumentar ainda mais o custo para o presidente russo.
Vale ressaltar que este é o mais abrangente conjunto de medidas econômicas restritivas anunciado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Os alvos das mais de 500 sanções incluem aqueles associados à prisão de Navalny, atores no setor financeiro, e a “base industrial de defesa, as redes de aquisição e os que burlam as sanções em vários continentes”. Além disso, os Estados Unidos devem penalizar quase 100 entidades por fornecerem apoio clandestino à Rússia.
“Manobra cínica”, foi como Moscou rotulou as medidas norte-americanas. Anatoly Antonov, enviado de Moscou aos Estados Unidos, denunciou as novas restrições como outra tentativa de intromissão nos assuntos domésticos da Rússia. Ainda, vale destacar que esse movimento acontece pouco antes das eleições que devem garantir um novo mandato para Putin.
One year after I touched down in Kyiv – Ukraine still stands.
When Putin ordered his tanks to roll into Ukraine, he thought the world would roll over. But the Ukrainians were too strong. Our coalition too unified. And Democracy too durable.
Let’s keep proving him wrong. pic.twitter.com/K9os7s0y4l
— President Biden (@POTUS) February 23, 2024
Outras medidas de Biden
Além das mais de 500 sanções, Biden apelou para aprovação de um pacote de auxílio à Kiev e se reuniu com a viúva de Navalny.
Em suma, o presidente norte-americano tem enfrentado dificuldades para garantir a aprovação de um novo pacote de assistência militar para a Ucrânia. Isso se intensificou nos últimos tempos, em que a Ucrânia tem visto seus estoques de armamentos atingirem níveis críticos, ao mesmo tempo que tem enfrentado avanços territoriais russos, como em Avdiika. Nesse sentido, Biden fez um apelo para que o Congresso aprove o pacote bipartidário no valor de US$ 60 bilhões. O presidente norte-americano tem alertado que o tempo está se esgotando.
Ainda, conforme o conflito completa dois anos, os Estados Unidos têm aumentado sua dependência no uso de recursos financeiros para tentar enfraquecer a economia de Moscou. Em colaboração com Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, medidas foram implementadas para limitar o preço do petróleo russo nos mercados globais e congelar bilhões de dólares em ativos do banco central russo. Restrições comerciais também foram impostas na tentativa de bloquear o fornecimento de tecnologia e equipamentos utilizados pelas forças armadas.
De forma adicional a essas ações, Biden também se reuniu com Yulia e Dasha, que são a viúva e a filha de Alexei Navalny. De acordo com a Casa Branca, ele desejou “suas sinceras condolências por sua terrível perda” e “enfatizou que o legado de Alexei continuará por meio de pessoas em toda a Rússia e em todo o mundo”. O presidente norte-americano também acusou o Kremlin de ter responsabilidade direta na morte de Navalny.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini