A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), por intermédio de sua comissão interna instaurada para apurar supostos desvios de conduta do general da reserva Mauro Lourena Cid, chamou três funcionários do órgão em Miami (EUA) para prestar esclarecimentos. A Apex confirmou o convite.
Todos os três devem ser ouvidos na sede da agência, em Brasília, Distrito Federal, já na próxima semana. Integrantes da agência dizem que a apuração é feita com cautela e prudência, dando direito a todos de responder aos questionamentos.
Os funcionários chamados de volta e convidados para dar explicações são Michael Rinelli, analista de investimentos, Fernando Spohr, representante da Apex-Miami, e Paola Bueno, integrante da área de recursos humanos da agência.
Lourena Cid na chefia da Apex
Mauro Lourena Cid chefiou o escritório da Apex em Miami durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com relatos de funcionários e ex-funcionários da agência à CNN, Rinelli teria admitido a integrantes da Apex que apagou conteúdo de celulares e computadores que estavam com o general por uma ordem de Spohr e Paola.
A decisão de fazer os rastros desaparecerem ocorreu depois dos ataques de 8 de janeiro, quando o general já não estava mais como chefe da agência. Lourena Cid é pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, peça-chave nas investigações.
Fernando ficou como chefe-interino do escritório quando o general deixou o cargo e ele e Paola teriam permitido que Lourena Cid visitasse o local.
Já Rinelli é descrito como alguém que era próximo ao general, por ter um passado no Exército e alguém que o militar levava para diversas agendas e compromissos.
Conforme o tempo vai passando, os casos de corrupção vão ficando cada vez mais claros: indicado por Bolsonaro para comandar o escritório da Apex em Miami, o general Lourena Cid (pai de Mauro Cid) usou a estrutura e o dinheiro da Agência tanto para participar de articulações…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 3, 2024