Na madrugada desta sexta-feira (10), após o fim das negociações no Cairo sem alcançar um cessar-fogo, Israel cercou o leste de Rafah e realizou bombardeios em três cidades de Gaza. A agência AFP relatou que houve disparos da artilharia de Israel em Rafah, enquanto testemunhas mencionaram bombardeios na Cidade de Gaza e em Jabalia, localizada no norte de Gaza.
“Nenhuma parte de Rafah é segura, projéteis de tanque caíram por toda parte desde ontem”, contou Abu Hassan, um morador da cidade, à Reuters. “Estou tentando sair, mas não posso pagar 2.000 shekels (mais de R$ 2.700) para comprar uma tenda para minha família”, acrescentou.
Os residentes relataram explosões e tiroteios contínuos no nordeste e no leste de Rafah. Além disso, o Hamas afirmou ter emboscado tanques israelenses próximos a uma mesquita na área urbana. Em suma, o grupo terrorista indica que Israel está se aproximando de regiões mais densamente povoadas.
Apesar da preocupação internacional com a intensificação da crise humanitária pela operação militar, Tel Aviv continua avançando no sul de Gaza. Nesta sexta-feira (10), forças de Israel assumiram o controle da estrada principal que separa as partes leste e oeste de Rafah, cercando completamente a porção ocidental da cidade.
Enquanto isso, o Exército israelense relatou a descoberta de vários túneis supostamente utilizados pelo Hamas.
Repercussão e o fracasso do cessar-fogo
Georgios Petropoulos, diretor do Ocha (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários), relatou que o território vive uma “emergência sem precedentes”. Além disso, notificou que cerca de 30 mil pessoas fogem da cidade a cada dia, acrescentando que “a maioria dessas pessoas já teve que se deslocar cinco ou seis vezes”.