
O exército israelense assumiu nesta semana o controle sobre a cidade de Rafah. Até então, era a última fronteira na Faixa de Gaza fora do controle de Israel. Por causa de sua entrada para o Egito, era utilizada como refúgio para civis e porta de entrada para ajuda humanitária.
De acordo com a agência da ONU voltada para refugiados palestinos (UNRWA), mais de 80 mil pessoas fugiram de Rafah após a chegada das forças israelenses. “As pessoas enfrentam mais um deslocamento forçado na Faixa de Gaza. O impacto sobre essas famílias é insuportável. Nenhum lugar é seguro. Precisamos de um cessar-fogo agora”, escreveu a entidade nas redes sociais.
Similarmente, a oficial de comunicações da UNRWA, Louis Wateridge, publicou nesta quinta-feira (9) que há “medo extremo de um bombardeio significativo em Rafah durante a noite e que continuará durante esta manhã”.
Operação em Rafah
A intervenção de Israel em Rafah é uma retaliação contra um ataque reivindicado pelo grupo Hamas que havia matado quatro soldados e ferido vários na passagem de Kerem Shalom. O exército israelense tomou o posto e anunciou que Rafah seria seu próximo alvo. As forças armadas de Israel chegaram a divulgar um vídeo com vários tanques adentrando a cidade, e deixaram apenas uma passagem aberta para a chegada de ajuda humanitária.
Na quarta-feira (8), Tel Aviv anunciou que abriu Kerem Shalom, mas a agência Ocha da ONU afirma que nenhuma ajuda humanitária entrou em Gaza depois de segunda-feira.
“Sem combustível, os caminhões não conseguem mover assistência humanitária crítica, as bombas de água param de funcionar e os hospitais restantes fecham. Isso acontece em um momento em que estamos correndo contra o tempo para responder às imensas necessidades humanitárias em toda a Faixa de Gaza”, escreveu Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA.
Membros do Hamas e moradores locais ouvidos pela Reuters afirmam que os tanques israelenses já estão nas áreas urbanas de Rafah.