Professores e estudantes da rede pública de São Paulo enfrentam desafios com o sistema de plataformas digitais adotado para as aulas, relatando-se limitados e pressionados. Desde o ano passado, a Secretaria Estadual de Educação firmou contratos com diversos aplicativos educacionais.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a comunidade escolar não foi consultada previamente sobre a adoção do sistema, que exige dos alunos uma quantidade mínima de tarefas pelas plataformas digitais e que os educadores usem os conteúdos em sala de aula.
As queixas levaram o Apeoesp a convocar uma mobilização contra o uso dos aplicativos. Educadores que aderiram ao movimento passaram uma semana registrando apenas a chamada no sistema digital, enquanto ministravam aulas com os conteúdos que consideravam mais adequados para cada matéria.
A pressão para o uso das plataformas é uma das principais reclamações de estudantes e professores. O tempo de acesso influencia diretamente nas avaliações, o que faz com que ambos se sintam pressionados.
A qualidade do material também é questionada, com relatos de erros grosseiros de informação e deficiências na correção automática de atividades. O uso da inteligência artificial na elaboração do material didático também é criticado, sendo visto mais como um processo de controle do que como uma contribuição para a melhoria da qualidade do ensino.
A mobilização dos professores e as críticas ao sistema de plataformas digitais refletem um debate mais amplo sobre o papel da tecnologia na educação e a valorização dos profissionais da área. A expectativa é de que o tema continue em destaque nas discussões sobre o ensino no estado de São Paulo.
*Texto com informações de Agência Brasil