DESAPARECIDA DESDE FEVEREIRO

Caso Anic de Almeida: suspeito tinha acesso a cartões e contas bancárias

Lourival Correa Netto Fadiga, além de ser responsável pela segurança pessoal dos parentes da advogada, acompanhava ela e o marido em viagens pelo país e tinha acesso irrestrito aos cartões

Lourival é apontado pela polícia como o principal suspeito do desaparecimento de Anic, vista pela última vez em 29 de fevereiro
Suspeito do sequestro de Anic tinha acesso a cartões e contas bancárias – Crédito: Reprodução / Redes Sociais

O técnico de informática Lourival Correa Netto Fadiga, além de ser responsável pela segurança pessoal dos parentes da advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, também acompanhava a vítima e seu marido, Benjamim Cordeiro Herdy, de 78 anos, em viagens pelo país e tinha acesso irrestrito aos cartões e contas bancárias do casal. Contudo, esses não foram os únicos benefícios desfrutados por ele.

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Lourival, apontado pela polícia como o principal suspeito do desaparecimento de Anic, vista pela última vez em 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, também usava há quase dois anos um Jeep Compass 2017 que pertencia à advogada. O veículo foi cedido a ele com o consentimento da família após Anic receber um Jeep novo do mesmo modelo de presente do marido em 2022. Lourival havia conhecido a família três anos antes, ganhando a confiança de Benjamim e Anic ao alegar falsamente ser policial federal.

Investigações do caso de Anic

De acordo com um relatório de investigação, Anic entrou no Compass depois de sair do shopping, pouco após ser flagrada por câmeras de segurança ao meio-dia, no dia 29 de fevereiro, na esquina das ruas Marechal Deodoro e General Osório. Mais de sete horas depois de seu desaparecimento, Benjamim recebeu uma mensagem exigindo dinheiro e afirmando estar com Anic. “Benjamim, estamos com sua mulher. Ela está bem. Nada irá acontecer com ela. Só depende de você seguir nossas instruções. Não fale com ninguém e não envolva a polícia. Providencie R$ 4,6 milhões”, dizia a mensagem.

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Após sucessivas trocas de mensagens, a família de Anic depositou R$ 3 milhões em contas de doleiros indicadas por Lourival no início de março. No dia 11, uma nova mensagem instruía Benjamim e o suspeito a irem a um shopping na Zona Oeste do Rio com uma mochila contendo o restante do dinheiro. No caminho, Lourival disse ter recebido outra mensagem ordenando que levasse a mochila a uma lixeira no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, enquanto Benjamim deveria seguir para o shopping, onde Anic seria libertada. Lourival, no entanto, não foi ao Terreirão, mas sim a uma concessionária na Barra da Tijuca, onde comprou uma picape por R$ 500 mil, pagando em espécie.

Anic e Benjamim são casados há cerca de 20 anos. Ele é filho do fundador de um complexo educacional que originou uma universidade particular em Duque de Caxias, vendida para outro grupo educacional em 2021. Uma das linhas de investigação da 105ª DP é que Anic tenha sido assassinada e seu corpo ocultado.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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