A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) entrou com uma ação judicial contra a rede de pet shops Cobasi, após a morte de mais de 40 animais devido ao alagamento em duas lojas da empresa em Porto Alegre. A DPE/RS solicita uma indenização de R$ 50 milhões, alegando danos ambientais, à saúde pública, psicológicos à coletividade e punitivos.
No dia 3 de maio, um alagamento afetou uma das lojas da Cobasi, localizada no subsolo de um shopping. De acordo com a Defensoria, aves, peixes e roedores foram deixados no local durante a inundação, enquanto equipamentos eletrônicos foram colocados no mezanino, que não foi atingido pela água. “Mesmo com o fechamento do shopping, ainda era possível acessar a loja nos dias seguintes e retirar os animais”, afirmou a DPE/RS.
De acordo com a Agência Brasil, o defensor público João Otávio Carmona Paz, do Núcleo de Defesa Ambiental da DPE, criticou a inércia da Cobasi: “Fica evidente que a requerida teve cinco dias para tirar os animais de forma segura. Porém, mesmo observando o nível da água subir, nada fez. Nenhuma testemunha menciona ter visto algum funcionário da loja ir até o local conferir os animais, sequer para ver se tinham comida e água”.
Na segunda loja, a situação só não foi pior graças à intervenção de ativistas que resgataram os animais. Ainda assim, quatro deles morreram antes do resgate. A Defensoria destacou a negligência da empresa em ambas as situações.
Além dos R$ 50 milhões de indenização, que representa menos de 2% do faturamento anual de R$ 3 bilhões da Cobasi, a ação pede que a loja seja proibida de comercializar animais. Também inclui a proibição do uso de gaiolas fixadas e de difícil retirada, além da venda de animais em locais sujeitos a inundações.
A DPE/RS ressaltou que a decomposição dos animais mortos expôs a população a riscos de diversas doenças, como leptospirose, raiva e hepatite. “As imagens dos animais mortos remetem diretamente ao cruel abandono por parte de seus tutores, atingindo gravemente a saúde pública”, afirmou a defesa.
A Agência Brasil contatou a Cobasi para um posicionamento sobre o caso e aguarda retorno da empresa.