emergência climática

“O que estamos vendo no RS, vamos ver no Pantanal em forma de seca”, afirma Marina Silva

Bacia do Rio Paraguai caminha para uma seca histórica; Ministra falou sobre risco de incêndios florestais

pantanal
Ministra Marina Silva alerta para seca na Amazônica e no Pantanal – Créditos: Canva

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima está vigilante quanto à possibilidade de incêndios graves no Pantanal, devido à severa seca que atinge o bioma. A ministra Marina Silva comparou a situação do Pantanal com a tragédia climática das chuvas intensas que devastam o Rio Grande do Sul.

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Em uma entrevista matinal à Globo News realizada nesta quinta-feira (6), a ministra enfatizou que a Amazônia e o Pantanal enfrentam uma seca extrema, e os próximos meses apresentam um alto risco de incêndios florestais, o que pode levar à destruição da fauna e flora desses biomas.

“O que estamos vendo no Rio Grande do Sul vamos ver no Pantanal em formas de seca intensa”, afirmou a ministra. Na quarta-feira (5), o ministério anunciou que firmou um Pacto Interfederativo para o Combate aos Incêndios no Pantanal com os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Este ano, o Pantanal não experimentou seu habitual período de cheias e está a caminho da pior seca de sua história. As principais consequências são os incêndios florestais, que também afetam a navegação pela hidrovia, aumentam o risco de desabastecimento dos municípios e impactam diretamente a vida selvagem do bioma.

“Nós já sabemos que vamos ter uma grande estiagem no Pantanal e o risco de incêndios será muito elevado. Já estão ocorrendo incêndios subterrâneos devido ao acumulado de matéria orgânica, específico do Pantanal e muito difíceis de combater”, disse a ministra.

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Pior seca da história

Com níveis inferiores aos de 1964, o Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul está a caminho de enfrentar o ano mais seco de sua história. A ausência de um período de cheias torna o bioma mais vulnerável a incêndios florestais, que já devastaram extensas áreas em 2020. Desde 9 de abril, o estado de Mato Grosso do Sul declarou situação de emergência ambiental devido às condições climáticas propícias à disseminação de incêndios florestais incontroláveis em qualquer tipo de vegetação, resultando em uma drástica redução na qualidade do ar.

“Esse ano não tivemos cheia, desde 2018 não temos uma supercheia no Pantanal. Além de tornar o bioma mais suscetível, essa situação de seca favorece o desmatamento”, alerta Eduardo Reis Rosa, integrante da equipe do Pantanal da Mapbiomas, ao jornal MidiaMax.

Escassez hídrica

A bacia do Rio Paraguai foi oficialmente declarada em estado de escassez hídrica. A resolução da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), publicada no Diário Oficial em 14 de maio, reconhece a redução significativa dos recursos hídricos. O Rio Paraguai está se aproximando da pior seca de sua história, com níveis inferiores aos de 1964.

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A declaração tem validade até 31 de outubro de 2024 e pode ser estendida se as condições de escassez continuarem. Esta é a terceira vez que a ANA emite uma declaração de escassez hídrica para rios no Brasil. A agência possui autoridade para tal desde 2020, e a decisão atual segue a recomendação da primeira reunião da Sala de Crise da BAP (Bacia do Alto Paraguai).

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