O número de endereços brasileiros aumentou em 31% entre os Censos de 2010 e 2022. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7). Segundo a organização, o Brasil conta com 13.854.931 ruas, avenidas, praças, vielas e demais logradouros em áreas urbanas e rurais.
Os dados são parte da Base de Faces de Logradouros, um banco de informações que o IBGE atualiza a cada censo demográfico. Detalhes como a localização exata e o nome do logradouro são disponibilizados pelo instituto através de arquivos digitais.
Esse banco de dados tem sido cada vez mais utilizado para a criação e atualização de mapas virtuais, como os empregados por aplicativos de mobilidade e transporte particular. As informações fornecidas pelo IBGE também servem como fonte para pesquisadores, empresas de logística e planejadores urbanos.
Muitas prefeituras, por exemplo, não possuem as próprias bases cartográficas digitais de suas ruas e utilizam as informações fornecidas pelo IBGE, que abrangem os 5.570 municípios do país. A base pode ser utilizada em estratégias que exigem componentes geoespaciais, como cadastros imobiliários e mapeamento de áreas informais, como favelas e povoados.
“Essa versão contribui para análises geográficas diversas sob o aspecto da importância para a maioria das municipalidades que não dispõem de recursos de geotecnologias, principalmente, por transformar parte dos dados da coleta censitária em informações de vias percorridas pelos recenseadores”, explica o coordenador de Estruturas Territoriais do IBGE, Roberto Tavares, em entrevista à Agência Brasil.
Além das ruas – mais estatísticas do povo brasileiro
Os recenseadores do IBGE iniciaram a coleta de informações para o Censo Demográfico em 1º de agosto de 2022, e os resultados começaram a ser divulgados em 2023, de forma seriada. Entre os principais dados revelados está o tamanho da população brasileira, que é de 203 milhões de pessoas, com as mulheres representando 51,5% desse total.
Pela primeira vez desde o início do censo em 1872, o número de pessoas pardas no Brasil superou o de brancas. Em 2022, 92,1 milhões de pessoas se identificaram como pardas, enquanto 88,3 milhões se identificaram como brancas. Os indígenas somavam aproximadamente 1,7 milhão.
Também pela primeira vez, a pesquisa censitária registrou a população quilombola, totalizando 1,33 milhão de pessoas, o que representa 0,66% da população do país. Quilombolas são descendentes e remanescentes de comunidades formadas por negros escravizados fugitivos.
O censo também trouxe detalhes sobre as condições de vida dos brasileiros. Mais de 11 milhões de pessoas (7% do total) não são alfabetizadas. Em relação aos domicílios, 64,69% estavam conectados à rede de esgoto e 83,88% eram abastecidos pela rede geral de água.