A italiana Valentina Petrillo fará história ao se tornar a primeira atleta trans a competir na Paralimpíada. Aos 50 anos, Petrillo vai enfrentar os desafios dos 200 e 400 metros na categoria T12 para deficientes visuais. A jornada de Valentina começou em 2019, quando ela passou pelo processo de transição e foi posteriormente aprovada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e pela Federação Internacional de Atletismo Paralímpico para participar dos Jogos de Paris 2024.
Valentina Petrillo sempre foi uma atleta dedicada, e sua resiliência a levou a novos horizontes no atletismo paralímpico. O presidente do IPC, Andrew Parsons, destacou a satisfação do comitê com a participação de Valentina em Paris, reforçando a importância da inclusão e o respeito aos padrões internacionais para atletas transgêneros.
O que ela representa para o esporte?
Antes de sua transição, Valentina competia no masculino e possuía uma carreira vitoriosa com 11 títulos nacionais italianos. Após sua transição, quase garantiu uma vaga na Paralimpíada de Tóquio em 2021, e em 2023, conquistou o bronze nas provas que participou no Mundial de Atletismo Paralímpico.
Com essas conquistas, Valentina não apenas demonstra seu talento e dedicação, mas também rompe barreiras e promove a visibilidade das pessoas trans no esporte, lutando contra a discriminação e a favor da inclusão.
Ver essa foto no Instagram
Como Petrillo enfrentou as adversidades?
Uma questão frequentemente levantada é como Valentina lida com as críticas e os desafios de ser uma atleta transgênero. Andrew Parsons comentou: “Estamos preparados para lidar com o criticismo. Precisamos respeitar a constituição e as regras de cada esporte. A World Para Athletics autorizou Valentina, e ela será recebida como qualquer outra atleta.”
Essa declaração reforça o compromisso do IPC com a inclusão e o respeito às normas esportivas, garantindo que todos os atletas sejam tratados com dignidade e justiça.
Quem é Valentina Petrillo fora das pistas?
Valentina foi diagnosticada com a doença de Stargardt aos 14 anos, uma condição que afeta a visão central, dificultando a percepção de detalhes e cores. Hoje, sua visão é equivalente a apenas 1/50 do alcance normal. Apesar dessas dificuldades, Valentina encontrou no atletismo uma maneira de se expressar e superar os limites impostos pela deficiência visual.
Em suas próprias palavras, Valentina afirma: “Sou feliz como mulher e correr como mulher é tudo o que eu quero. Não devo ser discriminada por ser trans. Da mesma forma que raça, religião ou ideologia política não devem ser discriminadas.”