CRESCIMENTO PREOCUPANTE

Simpósio científico mostra Aumento de infecções por HIV na América Latina

Segundo a doutora Luisa Cabal, diretora regional da UNAIDS, “durante o ano de 2023, a cada quatro minutos um habitante de nossa região ficou infectado pelo HIV”

Simpósio científico mostra Aumento de infecções por HIV na América Latina
Aumento preocupante de 9% nas infecções por HIV – Créditos: depositphotos.com / VadimVasenin

Foram apresentados dados epidemiológicos recentes compilados pela UNAIDS, revelando um aumento preocupante de 9% nas infecções por HIV na América Latina entre 2010 e 2023. Outras duas regiões globais também registram aumento, sendo elas a Ásia e os países da Europa Central. Esses dados foram informados no XXI Simpósio Científico Regional, promovido pela “Fundación Huésped”, liderada pelo infectologista Pedro Cahn, em Buenos Aires.

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Em contraste, em regiões mais desenvolvidas, a epidemia de HIV/Sida tem sido controlada. Isso se deve aos avanços em medicina preventiva e à ampla oferta de tratamentos antirretrovirais disponíveis para pessoas diagnosticadas ou expostas ao vírus. A doutora Luisa Cabal, diretora regional da UNAIDS, destacou que, em 2023, a cada quatro minutos, um habitante da América Latina contraiu o HIV.

Situação do HIV na América Latina: crescimento preocupante

Segundo Cabal, “durante o ano de 2023, a cada quatro minutos um habitante de nossa região ficou infectado pelo HIV”. Em termos totais, as novas infecções aumentaram 9%. Isso contrasta fortemente com a redução global de 36% nos casos de HIV. Mundialmente, estima-se que 39,9 milhões de pessoas vivem com HIV, das quais 30 milhões recebem tratamento antirretroviral em tempo adequado.

Por que a prevenção é menos eficaz na América Latina?

Conforme explicou Pedro Cahn, na Argentina, a situação é ligeiramente diferente, pois desde 2010 o número de novos casos de HIV tem diminuído. No entanto, ele ressalta que 44,5% das pessoas diagnosticadas o são de maneira tardia. Uma das ações monitoradas pela Fundação é a entrega pontual de medicação, que, até o momento, não apresenta faltas.

  • Entrega de medicações antirretrovirais
  • Monitoramento de novos casos
  • Educação e conscientização da população

Existe uma cura definitiva para o HIV?

O evento também contou com a participação do “Paciente de Londres“, a segunda pessoa considerada “curada” pela ciência após anos de tratamento para HIV-Sida. Dos sete casos registrados no mundo de possível cura, estudos biológicos desses pacientes são fundamentais para desenvolver um tratamento definitivo em vez de apenas manter a doença sob controle, como atualmente ocorre com o uso de medicamentos antirretrovirais.

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Principais estratégias para uma cura

  • Erradicação total do vírus
  • Cura funcional, onde o sistema imunológico vence sem a necessidade de medicamentos contínuos

Pedro Cahn comentou sobre as duas possibilidades de cura: “Uma é a erradicação total do vírus, que não aparece mais nos testes. A outra é a chamada ‘cura funcional’, onde o sistema imunológico do paciente controlaria o vírus sem a necessidade de medicação contínua”.

Papel dos pacientes curados

O “Paciente de Londres” se curou de forma inesperada após receber um transplante de medula devido a um câncer. O doador tinha genes que não produziam os receptores necessários para que o vírus se acoplasse às células. Cahn esclareceu que o transplante, por ser complexo e arriscado, não é uma solução viável para a maioria, mas estudar esses casos abre novos caminhos científicos.

A erradicação do HIV até 2030 é um objetivo da ONU, que foca em direitos humanos para combater a epidemia. “Estamos em uma fase crucial para entender como transformar essas descobertas em tratamentos aplicáveis universalmente”, finalizou o infectologista.

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O aumento das infecções por HIV na América Latina destaca a necessidade de reforçar medidas preventivas e melhorar o acesso a diagnósticos e tratamentos precoces. A comunidade científica segue comprometida em entender e encontrar uma cura definitiva para o HIV, oferecendo esperanças para um futuro sem essa epidemia.

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