AVANÇOS MÉDICOS

Cientistas anunciam sétimo caso de cura de HIV

Um paciente alemão de 60 anos eliminou todas as traces de vírus do organismo ao realizar um transplante de medula

O paciente alemão de 60 anos chegou a um estado de possível cura de HIV ao realizar um transplante de medula óssea.
O anúncio foi feito logo antes da 25° Conferência da Aids – Créditos: Canva

Cientistas anunciaram antes da 25° Conferência da Aids que há uma provável sétima cura do HIV. Um alemão de 60 anos, conhecido como o novo paciente de Berlim, aparentemente conseguiu eliminar todas as traces do vírus de seu organismo, graças a um transplante de medula óssea. Ele é o sétimo caso a atingir uma provável cura dessa forma.

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O caso é sucessor de Timothy Ray Brown, o primeiro paciente de Berlim, que também alcançou a remissão do HIV antes de sua morte em 2020. Diagnosticado como soropositivo em 2009, o paciente atual recebeu seu transplante em 2015 para tratar a leucemia que enfrentava. Três anos após o fim de seu tratamento antirretroviral, em 2018, ele continua sem sinais detectáveis do vírus.

O transplante de medula óssea utilizado nesse caso específico envolveu células-tronco de um doador que apresentava uma característica genética única. A maioria dos curados anteriormente havia recebido células de doadores com duas cópias de uma mutação rara no gene CCR5, que bloqueia a entrada do HIV nas células. Entretanto, o novo paciente de Berlim é o primeiro a ser tratado com células de um doador que possuía apenas uma cópia dessa mutação, algo muito mais comum e que aumenta a quantidade de doadores compatíveis. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (18).

Progresso para a cura do HIV

O progresso sugere um passo rumo à cura do HIV. Segundo Christian Gaebler, médico encarregado desse paciente no Hospital Charité de Berlim, na Alemanha, embora seja cauteloso ao afirmar que os vestígios do vírus foram completamente eliminados, o caso é “muito sugestivo” de uma cura. Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional de Aids, também comentou que, depois de mais de cinco anos de remissão sem tratamento antirretroviral, esse paciente poderia estar próximo de ser declarado curado.

Antes do novo paciente de Berlim, o paciente de Londres e o paciente de Düsseldorf também alcançaram a remissão a longo prazo do HIV após tratamentos semelhantes. Além desses, o paciente de Genebra, relatado em 2023, é mais um exemplo de resultado positivo utilizando um método ligeiramente diferente, já que o transplante veio de um doador sem a mutação CCR5.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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