A xilazina, também conhecida como “tranq” ou “droga zumbi”, será proibida no Reino Unido a partir de uma nova legislação que visa combater os efeitos devastadores dessa substância. Originalmente utilizada como analgésico e sedativo para animais, a xilazina apresenta efeitos adversos graves quando empregada em humanos, como feridas e o “apodrecimento da carne”. Estudos indicam que essa droga tem um efeito 50 vezes mais forte que a heroína.
Visando aumentar os lucros, traficantes têm misturado a xilazina com outras drogas letais, como o fentanil, heroína e cocaína. Essa prática resultou na morte de 11 britânicos desde 2022, segundo informações do jornal Daily Mail. A combinação descontrolada dessas substâncias preocupa autoridades ao redor do mundo.
Por que a xilazina é perigosa?
O rápido aumento de overdoses letais envolvendo o sedativo combinado com fentanil fez com que o Gabinete de Política Nacional de Controle de Drogas da Casa Branca declarasse essa mistura uma ameaça emergente para os Estados Unidos em abril de 2023. Especialistas alertam que a xilazina, quando combinada com outras drogas, multiplica os riscos para a saúde humana.
No Reino Unido, as autoridades estão empenhadas em tomar medidas preventivas para evitar uma crise de saúde pública. “Vimos o que aconteceu em outros países quando o uso dessas drogas ficou fora de controle, e é por isso que estamos entre os primeiros países a agir e proteger nossas comunidades dessas novas drogas perigosas”, afirma Diana Johnson, ministra do policiamento do Reino Unido.
A vacina contra xilazina e fentanil pode ser uma solução?
Além das medidas legislativas, há avanços significativos no campo da pesquisa médica. Cientistas estão desenvolvendo uma vacina que estimula o sistema imunológico a criar anticorpos contra toxinas, como a xilazina. Essa iniciativa é vista como uma esperança para reverter os danos dessas substâncias em humanos.
Os investigadores utilizaram um princípio de design pioneiro, emparelhando a molécula do medicamento (hapteno) com uma maior (proteína) e um adjuvante. A pesquisa já possui uma patente provisória e a equipe está trabalhando para criar um anticorpo bifuncional que possa reverter simultaneamente a toxicidade do fentanil e da xilazina.
Kim D. Janda, químico e professor na Scripps Research, foi um dos responsáveis pela descoberta da vacina. Ele afirma: “Atualmente, não existe nenhum remédio para o envenenamento por xilazina além dos cuidados de suporte. Portanto, acreditamos que nossos esforços de investigação e os dados que fornecemos abrirão o caminho para um tratamento eficaz em humanos.”