O Pix trouxe uma revolução na forma como realizamos pagamentos e transferências no Brasil, mas infelizmente, também abriu espaço para novos tipos de golpes. Um dos mais comuns e preocupantes é o Golpe do Pix Errado. Neste artigo, vamos detalhar como essa fraude funciona e fornecer conselhos práticos para se proteger.
Relatos sobre esse tipo de golpe têm ganhado força, especialmente nas redes sociais. A armadilha é simples: o golpista faz uma transferência para uma pessoa e depois entra em contato, alegando que cometeu um erro e pedindo que o valor seja devolvido para uma conta diferente da que originou a transferência. Parece inofensivo, mas é uma tática sofisticada de fraude.
Como funciona o golpe do Pix errado?
Primeiramente, o golpista realiza uma transferência via Pix para a conta da vítima. Muitas chaves Pix são vinculadas a números de telefone ou CPF, facilitando o acesso a essas informações. Assim que a transferência é concluída, o fraudador entra em contato com a vítima, geralmente por chamada telefônica ou mensagem de WhatsApp.
O golpista então afirma que enviou o dinheiro por engano e, para parecer genuíno, pede a devolução do valor. No entanto, a devolução solicitada é para uma conta diferente da que fez a transferência inicial, dificultando o rastreamento dos valores e favorecendo a concretização do golpe.
Quais são os riscos e consequências do golpe do Pix errado?
Um dos maiores problemas deste golpe é que o golpista pode acionar o Mecanismo Especial de Devolução (Med), que tem o objetivo de combater fraudes. Alegando que foram enganados pela real vítima, os golpistas conseguem que o banco reembolse o valor, gerando uma devolução dupla e causando um prejuízo substancial para a vítima verdadeira.
Os bancos, ao notarem que houve devolução para uma conta diferente da original, podem identificar isso como um sinal de fraude e retirar o dinheiro da conta da vítima inicial para devolver ao golpista, agravando ainda mais a situação.
O que fazer ao receber um Pix por engano?
Ao perceber um depósito inesperado na sua conta, o primeiro passo é verificar o extrato bancário para confirmar o crédito. Em seguida, é essencial utilizar a função “devolver” do seu aplicativo bancário para evitar possíveis fraudes.
Como devolver um Pix recebido por engano
- Acesse a transação relacionada no aplicativo do seu banco.
- Selecione a opção “devolver”.
- Confirme a devolução do valor para a conta que fez a transferência inicial.
Utilizar a função “devolver” garante que o dinheiro retorne à conta correta, evitando a transferência para contas de golpistas.
O que é o Med 2.0 e como ele combate o golpe do Pix?
Para combater fraudes como o Golpe do Pix Errado, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Banco Central estão realizando melhorias no Med, criando o Med 2.0. Este mecanismo, desenvolvido ao longo de 2024 e 2025, visa aumentar a segurança nas transações Pix e tem sua implementação total prevista para 2026.
- O Med 2.0 busca incrementar a segurança bloqueando os recursos fraudulentos em várias camadas.
- Rastreamento rápido e eficiente das transferências feitas para contas diferentes.
- Promove um combate mais eficaz às fraudes financeiras, garantindo maior proteção aos usuários.
O que recomenda o Banco Central?
O Banco Central aconselha que em casos de erro nas transferências via Pix, os usuários devem usar a função “devolver” do aplicativo bancário para evitar complicações e possíveis fraudes. Embora não haja regulamentações específicas sobre devoluções, o Código Penal de 1940 aborda o tema da apropriação indébita, o que pode ter implicações legais para aqueles que não devolvem o dinheiro recebido por engano.
Até a total implementação do Med 2.0, é vital que os usuários do Pix se mantenham vigilantes e sigam as práticas recomendadas de segurança. Compartilhe essa informação com sua rede de contatos para proteger todos contra o Golpe do Pix Errado. Informação e cautela são as melhores defesas contra essas fraudes.
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