A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está analisando como proceder para bloquear o X, rede social que voltou a operar no Brasil mesmo após a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O organismo regulador identificou que o X conseguiu burlar o bloqueio ao alterar o endereço de tráfego para um servidor da Cloudflare.
Segundo um dirigente da Anatel, a mudança para o servidor do Cloudflare, que é reconhecida como a primeira nuvem de conectividade do mundo, permitiu ao X restaurar suas operações no Brasil. A Cloudflare informou que sua “nuvem de conectividade ajuda você a recuperar o controle, melhorar a visibilidade e a segurança, além de consolidar fornecedores para reduzir custos”.
X bloqueado por Alexandre de Moraes: entenda o caso
O bloqueio do X foi imposto em 30 de agosto por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A decisão ocorreu após a empresa de Elon Musk descumprir diversas leis brasileiras, incluindo o fechamento de seu escritório no país, pois seus funcionários estariam sob ameaça de prisão por não atenderem ordens judiciais consideradas abusivas pelo empresário.
Entre as violações cometidas pelo X, estava a recusa em retirar do ar perfis com mensagens golpistas que defendiam o fechamento do STF. Os perfis em questão também continham dados pessoais de delegados e apoiavam a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.
Como funciona o redirecionamento para o Cloudflare?
Mas afinal, como o X conseguiu se redirecionar ao Cloudflare para burlar o bloqueio? A Cloudflare, sendo uma das principais fornecedoras de serviços de rede e segurança cibernética, oferece soluções que permitem ocultar endereços de IP reais dos servidores. Isso dificulta o rastreamento e o bloqueio, dando ao X a habilidade de continuar suas operações mesmo diante de restrições.
Além disso, a Cloudflare também contribui para a melhoria da velocidade e da segurança da conexão, tornando o serviço mais atraente e, ao mesmo tempo, complicado de ser bloqueado por reguladores como a Anatel.
Quais serão os próximos passos da Anatel?
O órgão regulador brasileiro está atualmente estudando os efeitos e possíveis métodos para assegurar que o bloqueio ao X seja efetivo mesmo com o redirecionamento de tráfego. Este estudo inclui não só técnicas de bloqueio, mas também as implicações jurídicas e de segurança para os usuários brasileiros.
Conforme apurado, a Anatel está trabalhando em várias frentes, incluindo:
- Monitoramento constante dos servidores utilizados pelo X
- Consultas a especialistas em segurança cibernética
- Possível cooperação com tribunais internacionais
Qualquer que seja a decisão final, o objetivo principal da Anatel é cumprir a ordem do STF e assegurar que as leis brasileiras sejam respeitadas pelas empresas internacionais que operam no país.
O que dizem os usuários, a Anatel e as multas do STF?
Enquanto a Anatel avalia suas próximas ações, os usuários que baixaram o aplicativo do X ainda conseguem acessar a rede social. Entretanto, isso pode mudar conforme novas medidas forem adotadas pelo órgão regulador. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes determinou também o bloqueio das contas da Starlink, outra empresa de Elon Musk, até que as multas em aberto sejam pagas.
A decisão de multar uma empresa por infrações de outra do mesmo grupo é inovadora e destaca a seriedade com que o Brasil está tratando este caso específico. Será interessante observar como a Anatel e o X irão se adaptar às próximas etapas deste confronto jurídico e tecnológico.
Resta aguardar as próximas atualizações e os impactos dessas decisões tanto no cenário brasileiro de telecomunicações quanto nas operações do X no país.
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