aumento de temperaturas

Unicef alerta que crianças e adolescentes sofrem com mudanças climáticas

O Unicef ressaltou que 33 milhões de menores no Brasil enfrentam, anualmente, pelo menos o dobro de dias quentes em comparação a seus avós

Em 2024 o Brasil enfrenta a maior seca dos últimos anos
Em 2024 o Brasil enfrenta a maior seca dos últimos anos – Créditos: depositphotos.com / KukiLadrondeGuevara

Com apenas duas semanas para as eleições municipais e em meio a calor e fumaça, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou nesta segunda-feira (23) um novo levantamento que destaca a importância de investimentos em medidas voltadas à resiliência climática e à garantia dos direitos de crianças e adolescentes. O Unicef ressaltou que 33 milhões de menores no Brasil enfrentam, anualmente, pelo menos o dobro de dias quentes em comparação a seus avós.

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Utilizando como base uma comparação entre as médias dos anos 1970 e de 2020-2024, a análise do Unicef mostra a velocidade e a escala com que os dias extremamente quentes estão aumentando. No Brasil, a média de dias extremamente quentes – aqueles com temperaturas acima de 35ºC – passou de 4,9 por ano na década de 1970 para 26,6 na década de 2020. A análise também aponta um incremento das ondas de calor, períodos de 3 ou mais dias com temperaturas 10% superiores à média local.

O impacto do aumento de temperaturas extremas em crianças e adolescentes

Estudos demonstram que crianças e adolescentes são os mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, sentindo-os por mais tempo e com maior intensidade. O estresse térmico no corpo, resultante da exposição ao calor extremo, ameaça tanto a saúde quanto o bem-estar de crianças e mulheres grávidas. Esse problema contribui para a desnutrição infantil e o surgimento de doenças não transmissíveis, tornando as crianças mais suscetíveis a infecções como malária e dengue.

Esses efeitos são ainda mais graves dependendo das vulnerabilidades e desigualdades enfrentadas pelas crianças, como sua situação socioeconômica, gênero, raça, estado de saúde e local de residência.

Quais ações devem ser implementadas pelos novos prefeitos?

Diante desse cenário alarmante, o Unicef apela aos candidatos e candidatas às prefeituras para que adotem uma postura proativa na preparação das cidades contra as mudanças climáticas, focando nas necessidades e vulnerabilidades específicas de meninos e meninas. Entre as ações recomendadas estão:

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  • Implementação de medidas para enfrentar e adaptar os serviços públicos e a infraestrutura às mudanças climáticas.
  • Adaptação das comunidades para resistirem aos efeitos dos eventos climáticos extremos.
  • Priorização das necessidades e vulnerabilidades específicas de crianças e adolescentes.
  • Incorporação do Protocolo Nacional para Proteção Integral de Crianças e Adolescentes em Situação de Desastres aos planos municipais.

Essas ações compõem uma das cinco prioridades propostas pelo Unicef na agenda Cidade de Direitos – Cinco prioridades para crianças e adolescentes nas Eleições 2024.

O Unicef reforça que a mobilização e o compromisso dos futuros gestores municipais são fundamentais para garantir um futuro mais seguro e saudável para as novas gerações. Ajustar as políticas públicas à realidade climática atual não é apenas uma questão de saúde, mas também de justiça social e proteção dos direitos das crianças e adolescentes.

Por que precisamos focar na resiliência climática agora?

A urgência desse tema é evidente diante das rápidas mudanças climáticas que enfrentamos. Cada dia que passa sem ações eficazes para mitigar esses efeitos, aumenta o risco de exposição dos mais vulneráveis. Portanto, é essencial que os novos prefeitos sejam líderes nessa batalha, promovendo um ambiente mais sustentável e seguro para todos.

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Concluindo, a resiliência climática deve ser uma prioridade nas eleições municipais de 2024. O Unicef espera que os candidatos se engajem e implementem políticas que realmente façam a diferença na vida de crianças e adolescentes, garantindo um futuro melhor e mais sustentável. A responsabilidade está nas mãos dos eleitores e dos futuros líderes municipais para assegurar que essas mudanças necessárias sejam feitas.

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