Dados até 22 de setembro de 2023 revelam que 1.188 cidades estão sem chuvas significativas há pelo menos 90 dias. O Brasil enfrenta uma das piores secas de sua história recente, afetando milhares de municípios e colocando em risco desde a agricultura até o abastecimento de água.
Em algumas regiões, a situação é ainda mais alarmante. Cerca de 600 cidades estão sem chuvas há mais de 133 dias, o que representa metade do ano. Goiás e Minas Gerais são os estados mais afetados, seguidos por Mato Grosso, Tocantins, Bahia e São Paulo, destacando-se em um cenário desolador.
Goiás lidera o ranking de estados com maior tempo sem chuvas. Diversos municípios estão há mais de 100 dias sem precipitações. Este cenário prejudica severamente a agricultura, diminui os níveis dos reservatórios e deixa a população em alerta pela falta de água.
Seca prolongada
A explicação para esta seca prolongada envolve vários fatores climáticos e atmosféricos. Os especialistas apontam três principais causas:
- El Niño: O fenômeno que aquece o Oceano Pacífico Norte, eleva as temperaturas no Brasil e altera os padrões de chuva, trazendo menos precipitação ao país.
- Bloqueios Atmosféricos: Estes bloqueios impedem que as frentes frias avancem, resultando em menos chuvas do que o usual em todo o Brasil.
- Aquecimento do Atlântico Tropical Norte: O aumento das temperaturas nesse oceano contribui para a diminuição de chuvas, exacerbando ainda mais a seca que começou em 2023.
Perspectiva para o futuro
Até dois meses atrás, os meteorologistas esperavam uma melhora no cenário com a chegada das chuvas em outubro. Contudo, esta previsão foi revista, e agora é esperado que as chuvas só cheguem em novembro. Dessa forma, a seca deve persistir por mais tempo.
Outro fator que pode prolongar a estiagem é a La Niña, que apesar de inicialmente se mostrar mais forte, está se revelando mais leve. Isso significa que as chuvas esperadas podem não ser suficientes para resolver a situação crítica de seca no país.
Pôr do sol alaranjado significa poluição extrema?
A forte seca, combinada com a alta das temperaturas, gera um aumento na evaporação da água dos rios, diminuindo ainda mais os níveis dos reservatórios. Além disso, o pôr do sol alaranjado, observado recentemente, é um indicativo de poluição extrema, resultado de queimadas e longos períodos sem chuvas.
Mais de um terço do território brasileiro, equivalente a mais de 3 milhões de km², está enfrentando uma seca severa. A falta de chuvas não apenas isola cidades do Norte, mas também diminui os níveis dos reservatórios, ameaçando o abastecimento de energia elétrica e aumentando o risco de queimadas.