EMOÇÕES POSITIVAS

Estudo sugere que gratidão e perdão podem reduzir hipertensão

A pesquisa, intitulada “Feel”, também foi anteriormente discutida na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology em abril de 2024

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Mulher expressando emoções positivas – Créditos: depositphotos.com / PetarPaunchev

Cultivar emoções positivas como otimismo, perdão e gratidão pode ajudar a diminuir a pressão arterial. Isso é o que sugere um estudo recente apresentado no Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Brasília. A pesquisa, intitulada “Feel”, também foi anteriormente discutida na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology em abril de 2024.

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A investigação focou em avaliar como esses sentimentos influenciam a pressão arterial e a função dos vasos sanguíneos. Este estudo pioneiro abre um novo horizonte na integração de aspectos emocionais e espirituais na prática médica tradicional.

O estudo envolveu 100 pacientes hipertensos, todos do Ambulatório da Unidade de Hipertensão da Universidade Federal de Goiás (UFG). Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos: experimental (51 participantes) e controle (49 participantes). Todos os participantes inicialmente passaram por uma consulta médica detalhada, onde foram avaliados quanto aos hábitos de vida e uso de medicamentos.

Ao longo de 12 semanas, o grupo experimental recebeu mensagens e vídeos diários via Whatsapp, incentivando-os a cultivar sentimentos de gratidão e otimismo, entre outros. Não houve nenhuma orientação religiosa, focando apenas no bem-estar emocional dos participantes.

Resultados do estudo sobre a gratidão

Os resultados mostraram uma redução significativa na pressão arterial sistólica (a máxima), com uma média de 7,6 milímetros de mercúrio. Também houve melhorias na pressão sistólica central (aórtica) e na dilatação fluxo-mediada da artéria braquial, importante para avaliar a saúde dos vasos sanguíneos.

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Estudos como esse são essenciais porque confirmam que intervenções não medicamentosas podem ter um impacto significativo na saúde cardiovascular. Se esses resultados forem mantidos a longo prazo, podem ajudar a prevenir infartos, derrames e outras doenças cardiovasculares.

Álvaro Avezum, professor do Programa de Doutorado da USP/Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, destaca  à Folha de São Paulo que os resultados deste estudo são promissores. Ele acredita que, embora ainda preliminares, esses dados abrem caminho para a inclusão de aspectos emocionais na prática clínica.

“Não podemos ainda substituir as prescrições médicas pela introdução da espiritualidade, mas podemos considerar esse aspecto. Afinal, não há efeitos colaterais negativos em perguntar ao paciente sobre como ele lida com questões de perdão ou propósito de vida,” afirma Avezum.

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A espiritualidade na medicina cardiovascular

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) tem um departamento dedicado ao estudo da espiritualidade em relação à medicina cardiovascular, o Demca. A abordagem não se limita à religiosidade ou misticismo, mas abrange valores morais e emocionais que influenciam nosso comportamento e reações às circunstâncias da vida.

  • Propósito de vida
  • Disposição ao perdão
  • Altruísmo
  • Bem-estar espiritual
  • Compaixão

Pesquisas demonstram que pessoas com um forte senso de propósito e satisfação com a vida tendem a viver mais, enquanto aquelas que sofrem de solidão e isolamento social têm maior risco de mortalidade. Sentimentos negativos como raiva também podem aumentar o risco de doenças como diabetes e insuficiência cardíaca.

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