Polícia Civil intensificou esforços para desmantelar uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de animais silvestres. Com base no Rio de Janeiro, a operação conhecida como “Garras da Lei” teve como alvos diversos endereços na capital, além de municípios da Baixada Fluminense e das regiões dos Lagos, Norte e Noroeste do estado.
Investigações e prisões
A ação coordenada pela 14ª Delegacia de Polícia do Leblon foi impulsionada após a prisão em flagrante de três caçadores de animais silvestres em maio de 2023. Os indivíduos, segundo a Agência Brasil, foram detidos enquanto capturavam ilegalmente um bicho-preguiça na Floresta da Tijuca, área protegida que faz parte do bioma da Mata Atlântica.
De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Polícia Civil na quinta-feira (17), quatro suspeitos foram encaminhados à Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (DPMA) para prestar depoimentos. Durante a operação, agentes conseguiram apreender uma quantidade significativa de animais, embora o número exato não tenha sido divulgado.
Animais silvestres
As investigações revelaram que o comércio ilegal era realizado principalmente por meio de aplicativos de mensagens, onde eram postadas fotos e vídeos dos animais à venda, acompanhados dos preços, que variavam conforme a demanda e época do ano. Entre as espécies oferecidas pelo grupo, destacam-se macacos-pregos, saguis, papagaios, tucanos, corujas, jacarés, sapos, e até insetos como baratas.
Impacto ambiental
A retirada ilegal de animais da natureza para fins de comércio tem consequências devastadoras para a biodiversidade brasileira. As ações do grupo criminoso atentam contra o equilíbrio ambiental, ameaçando a sobrevivência de espécies já vulneráveis. Segundo especialistas, a exposição desses animais ao estresse do cativeiro e a venda para locais inadequados agravam ainda mais a situação.
Estima-se que o tráfico de animais silvestres seja a terceira maior atividade ilegal do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e de armas. No Brasil, além de ilegal, esse tipo de comércio é uma infração grave às leis de proteção ambiental, podendo resultar em multas e penas de prisão para os envolvidos.
Medidas de conservação
A Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que as investigações continuarão, com o objetivo de identificar outros membros da organização e desmantelar completamente a rede de comércio ilegal. Além disso, esforços serão feitos para reintroduzir os animais apreendidos em seus habitats naturais, quando possível, em colaboração com instituições de conservação e bem-estar animal.
Polícia Civil #RJ realiza operação contra organização criminosa que atua no comércio ilegal de animais silvestres em ambiente virtual. A ação é fruto de uma investigação iniciada na 14ª DP (Leblon). pic.twitter.com/iUMvLp0IUc
— Polícia Civil RJ (@PCERJ) October 17, 2024