Uma nova opção de tratamento para o câncer de mama metastático, capaz de reduzir em 50% o risco de progressão ou morte, acaba de ser disponibilizada no Brasil. Desenvolvido pela biofarmacêutica AstraZeneca, o tratamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em maio e combina capivasertibe, um novo inibidor de AKT, com fulvestranto, uma terapia hormonal já existente.
O câncer de mama ocorre pela multiplicação descontrolada de células anormais e, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença causou mais de 18 mil mortes em 2021 no Brasil, afetando predominantemente mulheres. A nova combinação terapêutica é indicada para pacientes em estágio metastático ou com recorrência, onde houve progressão mesmo após tratamentos convencionais.
Como a nova terapia para câncer de mama atua em subtipos específicos
O tratamento se concentra no subtipo de câncer de mama chamado luminal, que apresenta receptores hormonais positivos (para estrógeno e progesterona) e não expressa em excesso a proteína HER-2. Além desse, há outros tipos, como o HER-2 positivo e o triplo negativo, que não possuem receptores hormonais nem a proteína HER-2.
Capivasertibe bloqueia a via AKT, interferindo na multiplicação das células cancerosas. Para algumas mulheres, a terapia oferece uma alternativa quando outros tratamentos já não apresentam eficácia. “A paciente que foi identificada com a mutação na via AKT pode ser candidata ao tratamento com a nova terapia, que bloqueia a ação dessa via, matando as células cancerosas” explica Antônio Carlos Buzaid, oncologista e diretor do Centro de Oncologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, à CNN.
A combinação foi testada em estudo global com 708 pacientes, incluindo 289 com alterações genéticas na via PIK3CA/AKT1/PTEN. Em comparação com o uso de fulvestranto isolado e placebo, o estudo registrou uma redução de 50% no risco de progressão ou morte.
Karina Fontão, diretora médica executiva da AstraZeneca Brasil, enfatizou à CNN que a nova terapia representa um avanço em medicina de precisão, com potencial de mudar a prática clínica no tratamento de câncer de mama no Brasil, especialmente para pacientes que desenvolvem resistência a terapias hormonais. “A combinação também supre uma necessidade de tratamento para uma considerável população de pacientes com biomarcadores específicos” comentou Fontão, destacando a redução significativa de risco e a ampliação das possibilidades de tratamento para casos avançados e metastáticos.
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— Ministério da Saúde 🩵 (@minsaude) October 27, 2024