O assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 14 de março de 2018, chocou o Brasil e atraiu atenção internacional. O caso ganhou novos contornos com depoimentos de figuras centrais, como o ex-policial Ronnie Lessa, um dos acusados de envolvimento direto no crime. As declarações apresentadas por Lessa trouxeram novos elementos, apontando para propostas iniciais de atentado contra outra figura pública antes de Marielle ser o alvo.
Marielle era uma defensora dos direitos humanos e sua morte levantou questões não apenas sobre a violência no Brasil, mas também acerca dos direitos civis no país. Investigações complexas ao longo dos anos focaram em desvendar não só quem executou o crime, mas também quem foram os mentores por trás do ato.
A revelação do ex-policial Ronnie Lessa
Ronnie Lessa, enquanto estava em depoimento nesta quarta-feira (30), alegou ter sido abordado no final de 2016 com uma proposta milionária para assassinar Marcelo Freixo, na época, deputado estadual pelo PSOL. No entanto, o plano pareceu inviável para Lessa, resultando em uma suspensão das discussões. Foi apenas mais tarde, em meados de 2017, que uma nova oferta surgiu, desta vez, tendo Marielle Franco como alvo.
O ex-policial militar já havia confessado ser o autor dos tiros em delação. No novo depoimento, informou que receberia R$25 milhões para assassinar Marielle Franco. “Infelizmente, não podemos voltar no tempo, mas hoje tento fazer o possível para amenizar. (…) Fiquei cego, fiquei louco. A minha parte era R$ 25 milhões. Eu reconheço. Não tenho vergonha hoje de falar isso. Tirei um peso das minhas costas confessando o crime. Vou cumprir o meu papel até o final e tenho certeza absoluta que a justiça vai ser feita”, disse ele.
Segundo Lessa, o nome de Marielle foi mencionado pela primeira vez durante uma reunião presencial com os supostos mandantes do crime, cujos nomes ele não revelou em seus depoimentos. Este encontro torna-se um marco crítico na investigação, pois indica um planejamento premeditado que envolvia a vigilância e consequente execução da vereadora.
Quem são os suspeitos por trás da morte de Marielle?
Outro aspecto intrigante das investigações foi a alegação de Lessa sobre os possíveis contratantes do crime. Seu depoimento na delação envolvia os nomes de Domingos Brazão e seu irmão Chiquinho Brazão. Ambos foram presos em março de 2024, no entanto, negam qualquer envolvimento no assassinato de Marielle. Apesar das acusações, a identidade dos verdadeiros mentores intelectuais continua sendo um mistério crítico não resolvido no processo judicial.
O silêncio estratégico mantido por Lessa, a pedido do Ministério Público, tem como objetivo preservar a imparcialidade do julgamento que corre no Supremo Tribunal Federal. As revelações feitas até o momento indicam a complexidade do caso e a presença de uma rede organizada por trás do crime, destacando a necessidade de ações judiciais robustas e diligentes para alcançar uma resolução justa.
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