Francis Ford Coppola, renomado diretor do cinema, conhecido por clássicos como “O Poderoso Chefão” e “Apocalypse Now”, está na vanguarda novamente com “Megalópolis“. Esta obra, lançada no Brasil em 31 de janeiro de 2024, narra a história de uma sociedade fictícia inspirada por eventos antigos, retratando a decadência dos Estados Unidos sob a lente de uma Nova Roma.
O projeto não fora fácil de concretizar. Coppola precisou financiar parte do filme vendendo suas vinícolas, recorrendo a uma prática que usou anteriormente para produzir filmes de grande escala e complexidade. Este épico moderno é uma fábula que desafia a atual aversão dos estúdios de Hollywood a projetos arriscados e sem a fórmula tradicional de sucesso financeiro.
Que honra presenciar uma lenda falando sobre cinema. Francis Ford Coppola, diretor do clássico O Poderoso Chefão, aos 85 anos veio para o Brasil divulgar o seu novo filme Megalopolis e respondeu algumas perguntas em uma profunda conversa sobre cinema e suas obras pic.twitter.com/iKnXXU3dqh
— Miro Malacrida (@instacinefilos) October 29, 2024
Qual é a história por trás da produção de “Megalópolis”, de Coppola?
“Megalópolis” tem uma trajetória curiosa e longa. Desde os anos 1980, Coppola acumulou notas e esboços, resultando em um roteiro robusto que muitos consideravam difícil de filmar. O conceito evoluiu a partir de uma inspiração romana até se tornar uma crítica e metáfora dos Estados Unidos contemporâneos, destacando a crise política e o surgimento de regimes autoritários no cenário global.
Apesar do interesse de grandes estrelas como Robert De Niro e Leonardo DiCaprio no início dos anos 2000, o filme viu sua produção ser adiada repetidamente por questões de financiamento e escala. A ideia ficou dormente por anos até que finalmente a produção começou, destacando nomes proeminentes como Adam Driver, Nathalie Emmanuel e Giancarlo Esposito no elenco.
As filmagens de “Megalópolis” começaram oficialmente em 2019, mas o processo não foi livre de obstáculos. Houve substituições na equipe de direção de arte e efeitos visuais, problemas que elevaram o orçamento do projeto de US$ 120 para cerca de US$ 140 milhões. Coppola destacou sua intenção de usar efeitos visuais práticos, em contraste com a preferência moderna por CGI e telas verdes, buscando um visual mais artesanal e tangível.
Como foi a estreia e a recepção de “Megalópolis”?
“Megalópolis” participou do Festival de Cannes em maio de 2024 como candidato à Palma de Ouro, ainda sem uma distribuidora global. Um acordo posterior com a Lionsgate assegurou sua distribuição, mas Coppola arcou com os custos de marketing. A recepção nos mercados foi morna, arrecadando US$ 13,3 milhões globalmente até outubro, com dificuldades para encontrar um grande público.
Ainda assim, Coppola mantém uma visão esperançosa, acreditando em um renascimento do cinema e do jornalismo, apostando que as futuras gerações verão uma indústria cinematográfica revitalizada e inovadora.
O diretor sugere um futuro promissor para o cinema, onde novos modelos e sistemas substituirão as instituições envelhecidas, tanto do cinema quanto do jornalismo. Ele considera que essas transformações serão fundamentais para revitalizar as formas de arte e narrativa que moldam a sociedade. A aposta é de que o cinema será uma experiência melhorada, rica e diversificada para as próximas gerações.