A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como “doença da vaca louca“, é uma enfermidade neurológica fatal que acomete o sistema nervoso central dos bovinos. A doença é causada por príons, proteínas infectantes que se acumulam nos organismos dos animais através da ingestão de alimentos contaminados.
O diagnóstico da doença da vaca louca gera preocupação porque possui a capacidade de ser transmitida para humanos, resultando em uma condição semelhante, a variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ). A vDCJ afeta o cérebro, causando sintomas como perda de memória e tremores, caracterizando-se pela rápida evolução e elevada letalidade.
Como a doença afeta os humanos?
A transmissão da vDCJ para humanos ocorre geralmente pelo consumo de carne contaminada por EEB. A doença manifesta-se inicialmente com sintomas como depressão, ansiedade e psicose, progredindo para déficits neurológicos mais severos. O distúrbio é mais comum em pessoas jovens, sendo extremamente raro no Brasil, sem registros confirmados até o momento.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos relatam que desde 1996, ano em que a vDCJ foi identificada, foram confirmados 233 casos mundialmente. Os sintomas incluem uma variedade de mudanças sensitivas e cognitivas que acabam por comprometer severamente a qualidade de vida.
Qual a diferença entre vDCJ e a DCJ esporádica?
Enquanto a vDCJ está associada ao consumo de carne contaminada com príons, a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) na sua forma esporádica é, em grande parte, de origem desconhecida. Essa forma esporádica da doença acomete principalmente adultos de 55 a 70 anos e não tem correlação direta com o consumo de carne contaminada.
No Brasil, a versão esporádica da DCJ é mais comum, com várias dezenas de casos sendo registrados. A doença apresenta sintomas semelhantes aos da vDCJ, tais como desordens neurológicas e perda de coordenação motora, mas evolui de forma independente dos príons bovinos.
Como diagnosticar e tratar a ‘doença da vaca louca’?
O diagnóstico de DCJ, seja na forma esporádica ou na variante associada à EEB, é complexo. Geralmente, envolve a análise de sintomas clínicos, exames neurológicos e, em alguns casos, a análise de líquido cefalorraquidiano.
Não há cura para a DCJ. O tratamento é focado no alívio dos sintomas e no conforto do paciente, sendo vital o acompanhamento neurológico especializado para gerenciar as complicações à medida que a doença progride.
Quais medidas são adotadas para prevenir a EEB?
Várias estratégias de prevenção estão em vigor para evitar a disseminação da EEB e, consequentemente, proteger a saúde humana. Regulamentações rigorosas sobre a alimentação de bovinos, controle sanitário em abatedouros e práticas seguras de manuseio de carne são algumas das medidas preventivas adotadas globalmente.
Essas intervenções visam minimizar a exposição de bovinos a príons infecciosos e assegurar que carne contaminada não entre na cadeia alimentar humana, reduzindo assim o risco de desenvolvimento da variante associada à EEB em humanos.
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